28 de junho de 2012

Para não desaparecer.


E vão te esquecendo aos poucos, como aquela música que tocava repetidamente e hoje é uma melodia perdida dentro da cabeça. Assim como aquela voz que antes tanto se escutava e hoje não se lembra mais o tom. Como aquelas mensagens que antes apareciam todos os dias na tela do celular e hoje é preciso de esforço para que elas apareçam. Assim como aquelas risadas que demoravam a passar e hoje elas não sabem por onde ou como começar. Como aquela vontade de compartilhar algo que te faz bem, mas que hoje é preciso cuidado para que, ao compartilhar, não te faça mal. Assim como todos os segredos contados, que antes pareciam confidenciais e hoje estão guardados e trancados na memória. Como todos os carinhos trocados, que antes traziam aconchego e agora para senti-los é preciso fechar os olhos. Assim como antes a companhia era uma calmaria e hoje o não tê-la é aquela tempestade em alto mar. Como antes você era uma presença constante e hoje é apenas uma lembrança. E vão te esquecendo aos poucos. E você lutando contra, lutando para não desaparecer. 


GD.