27 de dezembro de 2011

Coisas que só acontecem com gordinhos da lancheira.


Enquanto isso na padaria, lugar propício para o seu tão amado regime cometer suicídio.

Giovanna debruçada e babando em cima do freezer, com vários picolés e com aquela sensação típica de “dúvida cruel”, diz a sua amiga:

_ Fernanda, e agora, qual eu levo?

Fernanda, que já esperava pela pergunta responde:

_ Pergunta pro seu estômago.

Giovanna, ainda pensativa, gosta da idéia, olha para os dois lados e então diz em voz alta:

_ Estômago, qual você quer?

E o estômago, sem hesitar responde em voz alta:

_ MAAAGNUM, EU QUERO O MAGNUM PRÊMIO!

_ Ok, estômago. Seja feita a sua vontade.

E assim, Giovanna saiu feliz e saltitante para deliciar primeiramente de toda a casquinha crocante e gelada de chocolate até se esbaldar no delicioso recheio sabor baunilha.


Participação especial de Fernanda De Val e Leandro Bacci.

GD. 

16 de dezembro de 2011

Ele não vai parar de bater.


O mais engraçado é pensar que agora tudo pode mudar. E que tudo pode ser completamente diferente do que eu sempre imaginei. Talvez essa confusão aqui dentro seja o medo de conhecer o que eu não conheço. Sabe quando você sempre esperou por uma coisa e quando ela chega você tem medo do que pode acontecer? Essa é a explicação mais clara que consigo dar ao que está acontecendo aqui dentro do peito.

Mas eu tenho uma certeza: dará tudo certo, chegou a minha vez de ser feliz e desfrutar do melhor que eu posso ser e que alguém vai dar o devido valor em quem eu sou ou simplesmente no que eu posso ser.

Sabe, e mesmo que essa certeza seja apenas um engano de um coração que cansou de ser partido, vou ficar bem, pois saberei que ele ainda tem esperanças e que não importa quantas vezes cravem uma estaca dentro dele, ele saberá que a hora de bater feliz chegará. 

GD.

2 de dezembro de 2011

Um branco, um xis, um zero.


Você partiu e me deixou sem lamentar o que passou, sem me apegar ao que apagou e acabou. Não me lembro bem da sua cara, qual a cor dos olhos, já nem sei. Só o cheiro do seu cheiro não quer me deixar mais em paz nos ares dos lugares onde passo e onde nunca estás. Você partiu e não voltou. Eu já esqueci o que me falou, se prometeu ou se jurou seu amor. Já não me recordo mais seu nome, quais os outros nomes que te dei. Só o cheiro do seu cheiro não consegue ser tão fugaz nas pessoas, peles, colos, sexo, bocas, onde nunca estás. Você partiu e foi melhor. E eu já me esqueci de cor, do som, do ar, do tom, da voz e de nós. Já passei um pano um branco, um zero, um xis, um traço, um tempo, já passei. Só o cheiro do seu cheiro não consigo deixar para trás, impregnado o dia inteiro nessa roupa que eu não tiro mais.

Cássia Eller.


GD.

22 de novembro de 2011

Viva o lado bom da vida.


Se você está sofrendo por causa de um amor perdido, eu tenho más notícias: não há nada que você possa fazer. E não há ninguém que possa ajudar. Na melhor das hipóteses, você vai ter um amigo paciente pra levá-lo a um bar e ouvir suas queixas e, eventualmente, buscar você em um bar e levá-lo pra casa com segurança, nos dias que você se comportar feito um bobo. Na verdade, até existe alguém capaz de curar sua dor, mas esse alguém não costuma ter pressa: ele se chama tempo.

Portanto, procure levantar sua cabeça e dar um passo adiante, por menor que seja, porque você ainda tem um longo caminho a percorrer dentro desse inferno. Ter pena de si mesmo não vai ajudar em nada e por mais que você que não acredite, eu posso garantir que você sente algum prazer em cultivar esse sofrimento. Sim, estar triste é uma forma de exercer a paixão, quando o alvo dessa paixão já se foi. Você está usufruindo o seu direito de viver eternamente apaixonado. Isso é ótimo, prova que você é um romântico.

Mas, coisas ótimas não costumam ser baratas e você tem que pagar seu preço. Em algum momento, tudo isso vai passar. E nesse caso, quando o furacão for embora, ele não deixará destroços, tudo estará em seu devido lugar como se nada tivesse acontecido. Você vai recuperar suas noites de sono, vai se sentir revigorado, vai estar feliz consigo mesmo, vai levantar sua auto-estima. Você vai estar pronto pra entregar seu coração à outra pessoa, mesmo correndo o risco de parti-lo em mil pedaços novamente, porque o amor sempre vale a pena.

Texto apaixonante do comercial “Viva o lado bom da vida – Serenata de Amor”.


GD.

16 de novembro de 2011

Como se escrever fosse um refúgio.


O pior é que não menti ao escrever o título da postagem. Escrevo porque mesmo tendo os melhores amigos do mundo sei que algumas coisas eu não conseguirei compartilhar da maneira que faço por aqui. Por isso venho aqui e faço de cada postagem um desabafo.

Engraçado, mesmo não conhecendo metade das pessoas que me lêem, tenho a sensação de que me entendem, de que fazem parte da minha vida e por algumas vezes me sinto endividada por não compartilhar nada por aqui. Por dias tenho um bloqueio que não me deixa escrever, acho que por falta de “sentimentos” se é que me entendem. E particularmente falando, o que é de um grande texto escrito sem sentimento?

Por isso estou aqui, para dividir o meu bloqueio e dizer que estou a procura de novos sentimentos, novas sensações e novas inspirações. E caso alguém saiba de algo que possa me inspirar, adoraria compartilhar. Quem sabe assim encontro a chave desse cadeado que me prende.  

GD.

10 de novembro de 2011

Na tentativa de ser feliz mais uma vez.


E quando você acorda linda, loira em cristo, saltitante e feliz na sua cama box de casal novinha, alta, macia, afinal é quinta-feira e o feriado se aproxima. Nada como aquela espreguiçada, aquele sorriso no rosto e uma sensação super delícia. Você estica os braços, não calcula o espaço da cama, quer fazer uma graça, rola feliz com a sensação de alegria minha gente e POW! Cai no chão? 

(espaço reservado para o seu meme

GD.

1 de novembro de 2011

É...

É, eu confesso que não é exatamente a realidade que eu esperava encontrar. Talvez isso mude. Talvez você entre na minha vida sem tocar a campainha e me sequestre de uma vez. Talvez você pule esses três ou quatro muros que nos separam e segure a minha mão, assim, ofegante, pra nunca mais soltar.
Talvez você ainda possa pular no rio e me salvar. Ou talvez eu só precise de férias, um porre e um novo amor. Porque no fundo eu sei que a realidade que eu sonhava afundou num copo de cachaça e virou utopia. 

Trecho de Caio F. Abreu.



GD.

21 de outubro de 2011

Todos os caminhos.

Eu já me perguntei se o tempo poderá realizar meus sonhos e desejos. Será que eu já não sei por onde procurar ou todos os caminhos dão no mesmo? 
O certo é que eu não sei o que virá. Só posso te pedir que nunca se leve tão a sério, nunca se deixe levar. Que a vida é parte do mistério, é tanta coisa pra se desvendar.
Por tudo que eu andei e o tanto que faltar, não dá pra se prever nem o futuro. O escuro que se vê quem sabe pode iluminar os corações perdidos sobre o muro. 
E o certo que eu não sei o que virá. Só posso te pedir que nunca se leve tão a serio, nunca se deixe levar. Que a vida, a nossa vida passa e não há tempo pra desperdiçar.
GD.

14 de outubro de 2011

Deixa eu te dizer antes que o ônibus parta.


Você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira. É, não estou sendo agressiva não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente.

Trecho do texto "Para uma avenca partindo" de Caio F. Abreu.
GD.

6 de outubro de 2011

E agora?


Me peguei a pensar se as pessoas mudariam por um motivo maior do que parar de fazer algo ou de ser como é. Quero dizer: será que uma pessoa estaria disposta a mudar a maneira “errada” de agir por outra pessoa? Será que as pessoas realmente mudam? Será que ter uma pessoa ao lado para dar apoio seria um estímulo para que isso acontecesse?

Na realidade tenho uma onda de perguntas onde todas as respostas que preciso chegarão depois de um tempo a procurá-las.

Pensando melhor, como mudar uma pessoa que não quer ou parece não querer mudar? Uma pessoa que não vê em seu reflexo o quão grande ela é? Uma pessoa que não enxerga o quão longe ela pode chegar? Uma pessoa que não dá o devido valor a ela mesma?

Será que essa pessoa abriria os olhos com a ajuda de outros olhos? Confiar mais nela mesma, não só na vida profissional, mas se dar o valor na vida pessoal? Ou apenas que ela pode ser a mudança em seu próprio mundo?

São perguntas sem respostas exatas. Elas dependem de outras pessoas, de outras perguntas. Mas é ai que eu mais uma vez pergunto: será que uma pessoa teria força para ajudar outra pessoa a mudar? Será que haveria um motivo maior para despertar a vontade de fazer a diferença na vida de alguém?


Você estaria disposto? Você gostaria de ser o motivo da mudança na vida de alguém? Será que valeria a pena? Será?



GD.

30 de setembro de 2011

Uma balada nova.


Baby, eu sinto a sua falta. No fundo, não é melhor assim. Eu sei dos meus pecados errados, do tempo que eu levei. No fundo do poço eu me encontrei e eu juro, estou puro.

Porque você não volta pra mim, me dá a sua mão? Por que não tentar de novo, talvez? Eu não estou seguro, mas eu fiz uma balada nova e de todas que eu fiz, pra você, essa é a melhor.

Eu juro, estou puro e eu te quero bem. Eu juro, estou seguro. Por que você não volta para mim, me dá a sua mão? Por que não tentar de novo, talvez? Eu sei que eu te magoei. Eu sei o quanto eu errei, mas sei também que quando um homem erra feio
e se arrepende, isso dói pra valer.

Estive tão longe daqui. Estive tão longe de todos que eu amei e estou pedindo o seu perdão. Estou pedindo pra você por que não?!


GD.

26 de setembro de 2011

Você me entende, eu sei que entende.


Aquela pergunta que não quer calar: Por que nós mulheres nos apegamos em pequenas coisas e fazemos delas quase o fim do mundo?

Tenho pensado muito nessa pergunta. Coisas pequenas, que para os outros não fazem a menor diferença. Particularidades que trazem palpitações a pequenos corações.

Apegamos, e o apego dói até que de maneira natural ou por pura e espontânea pressão ele suma. Praticar o desapego não é tão fácil, deixa sequelas, trás marcas. É como doar um brinquedo que por anos fez dos seus dias os melhores da sua vida. Mas, ele tem que ir e até que isso aconteça, sofremos.

Por dias parece que todas as músicas falam com você. Dizem o que você quer escutar ou falar para alguém. Todos os lugares se ligam, constroem pontes, fazem relação com o apego. Parece que todo mundo só usa a mesma roupa, o mesmo perfume. Tem o mesmo jeito, falam da mesma maneira.

Você procura pelo diferente, mas ele nunca aparece. E quando resolve aparecer, começa tudo outra vez, o antigo apego some e o novo entra. É um ciclo.

Porém, por mais que tenhamos a certeza de que o apego de agora irá embora em alguma hora, a gente continua sofrendo e torcendo para não precisar se desapegar.


Você me entende, eu sei que entende.



GD.

9 de setembro de 2011

Para somar.


"Bom, acho que existem pessoas que se completam e que se somam ao mesmo tempo, assim como existem pessoas que não vão te completar e nada vão te acrescentar. Tudo depende do destino.

É estranho pensar que o “tudo” nunca encontraremos em ninguém. De novo depende do destino. Talvez o tudo que você procura realmente esteja armazenado em alguém.

Se pensarmos na matemática, somar números negativos e positivos acabam em diminuição, o que daria a entender que devemos somar apenas pessoas com o mesmo sinal, pessoas parecidas.

Nós não nascemos sozinhos. Temos pais, temos família. Não morremos sozinhos. Tivemos pais, tivemos família, tivemos amigos. E as pessoas que nos amam, essas nunca nos deixam de verdade."


Por essas palavras eu sigo em frente com a certeza de que eu tenho, terei e tive a minha melhor amiga. Obrigada por tudo. Comentário que virou texto, por Isabella Pimenta. 

GD.

2 de setembro de 2011

Gravity.


Dica: Leia o texto escutando essa música.

Olhar para o lado e não ver ninguém. Foi exatamente esta a sensação que percorreu todos os sentidos do meu corpo logo ao acordar. A sensação do vazio, do nada, do seco e não ter para onde correr.  A gravidade me puxando para baixo, exatamente para baixo.

Dentro da cabeça milhares de acontecimentos. Uns distantes, outros próximos e alguns talvez nunca cheguem a acontecer. E com os olhos fechados um abismo se abre e a sensação de queda transpassa meu corpo como música.

Posso sentir cada nota, timbre e toda melodia. E cada crescer da música é uma mão a girar pela nuca e fazer com que meu corpo ainda em queda, dance. O coração bate, marca o tempo e guia todo o pensamento.

Dias, semanas, anos se passam. Flashes. A vontade de gritar, o desespero de uma alma tentando voltar ao seu estado normal, mas a batida não para, ela me leva, arrasta e faz cair cada gota de lágrima pelo rosto.

Em um instante os olhos se abrem, o vazio permanece e a única certeza que tenho é a vontade de ficar acordada, encontrar uma maneira de preencher o buraco que foi cavado dentro peito e fazer com que a cicatrização seja rápida e indolor. 


GD.

1 de setembro de 2011

Reflexo de nós.

Olhar pela janela e ver o sol querendo respirar ou ir até a praia e ser mais um na multidão tentando se afogar nas falhas tentativas de entender o mundo em seu estado mais normal. E na ilusão de um dia ter um abraço sem motivo especial.

 Tá vendo aquela estrela solitária ali no céu? É o espelho, um reflexo de alguém que se perdeu. É a chama da esperança de um ser que se apagou, o olhar de uma criança rejeitada e sem amor.

São milhões de brasileiros que não tem pra onde correr, mas que correm contra o tempo pra no fim poder comer. Engolem a seco com a sede de vencer, mas que tempo vagabundo que escolheram pra eu nascer. 

Tá vendo aquela estrela sorridente ali no céu? São sussurros e pedidos de alguém que acreditou que um dia acabaria esse teatro, esse papel de um palhaço interpretando a falsidade de um ator.

Maria Gadu.

GD.

18 de agosto de 2011

Um post racista.

As pessoas que separam cachorros por raças fazem isso porque acreditam que uma raça vale mais que a outra. Eles acreditam mesmo nisso. Ganham dinheiro com isso. Movimentam um mercado. Dividir uma espécie por raças nada mais é do que racismo.

Sinceramente acredito que todo cachorro é cachorro e que toda pessoa é pessoa. E dentro disso não entendo como alguém que morde seu sapato, encoxa sua perna e caga no seu tapete pode ser considerado o melhor amigo do homem.

Se você me disser que é da raça negra preciso dizer que você também é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra. Pois se todas raças são iguais então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?

Quem propagou com muito entusiasmo a idéia que "negro" é uma raça foram os escravistas. Eles usaram isso como desculpa para vender os pretos como escravos: "Podemos tratá-los como animais, afinal eles são de uma outra raça que não é a nossa. Eles são da raça negra". Então quando vejo um cara dizendo que tem orgulho em ser da raça negra eu juro que nem me passa pela cabeça chamá-lo de macaco. E sim de burro.

Falando em burro, cresci ouvindo que eu sou uma girafa. E também cresci chamando um dos meus melhores amigos de elefante. Já ouvi muita gente chamar loira caucasiana de burra, gay de viado e ruivo de salsicha, que nada mais é do que ser chamado de restos de porco e boi misturados.

Mas se alguém chama um preto de macaco é crucificado. E isso pra mim não faz sentido. Qual o preconceito com o macaco? Imagina no zoológico como o macaco não deve se sentir triste quando ouve os outros animais comentando:
- O macaco é o pior de todos. Quando um humano se xinga de burro ou elefante dão risada. Mas quando xingam de macaco vão presos. Ser macaco é uma coisa terrível. Graças a Deus não somos macacos.

Prefiro ser chamado de macaco do que de girafa. Peça para um cientista fazer um teste de Q.I. com uma girafa e com um macaco. Veja quem tira a maior nota.

Quando queremos muito ofender e atacar alguém, por motivos desconhecidos, não xingamos diretamente a pessoa e sim a mãe dela. Posso afirmar aqui então que Darwin foi o maior racista da história por dizer que eu vim do macaco?

Se o assunto é cor eu defendo a idéia que o mundo é uma caixa de lápis coloridos. Somos os lápis dessa caixa. Um lápis é menos lápis que o outro só porque a cor é diferente? Eu desenho desde criança, então acredite em mim: Não mesmo. Todas essas cores são de igual importância. Ok. Ok. Foi uma comparação idiota. Confesso. Os lápis são todos do mesmo tamanho na caixa. E no mundo real o lápis preto é bem maior que o amarelo.

Mas o que quero dizer é que na verdade não sei qual o problema em chamar um preto de preto. Esse é o nome da cor não é? Eu sou um ser humano da cor branca. O japonês da cor amarela. O índio da cor vermelha. O africano da cor preta. Se querem igualdade deveriam assumir o termo "preto" pois esse é o nome da cor. Não fica destoante isso: "Branco, Amarelo, Vermelho, Negro"?. O Darth Vader pra mim é negro. Mas o Bill Cosby, Richard Pryor e Eddie Murphy que inspiram meu trabalho não. Mas se gostam tanto assim do termo negro, ok, eu uso, não vejo problemas. No fim das contas é só uma palavra. E embora o dicionário seja um dos livros mais vendidos do mundo, penso que palavras não definem muitas coisas e sim atitudes.

Digo isso porque a patrulha do politicamente correto é tão imbecil e superficial que tenho absoluta certeza que serei censurado se um dia escutarem eu dizer: "E aí seu PRETO, senta aqui e toma uma comigo!". Porém, se eu usar o tom correto e a postura certa ao dizer "Desculpe meu querido, mas já que é um afro-descendente é melhor evitar sentar aqui. Mas eu arrumo uma outra mesa muito mais bonita pra você!" sei que receberei elogios dessas mesmas pessoas, afinal eu usei os termos politicamente corretos e não a palavra "preto" ou "macaco", que são palavras tão horríveis.

Os politicamente corretos acham que são como o Superman, o cara dotado de dons superiores, que vai defender os fracos, oprimidos e impotentes. E acredite. Isso é racismo, pois transmite a idéia de superioridade que essas pessoas sentem em relação aos seus "defendidos".

Agora peço que não sejam racistas comigo por favor. Não é só porque eu sou branco que eu escravizei um preto. Eu juro que nunca fiz nada parecido com isso nem mesmo em pensamento. Não tenham esse preconceito comigo. Na verdade sou ítalo-descente. Italianos não escravizaram africanos no Brasil. Vieram pra cá e assim como os pretos trabalharam na lavoura. A diferença é que Escrava Isaura fez mais sucesso que Terra Nostra.

Ok. O que acabei de dizer foi uma piada de mal gosto porque eu não disse nela como os pretos sofreram mais que os italianos. Ok. Eu sei que os negros sofreram mais que qualquer raça no Brasil. Foram chicoteados. Torturados. Foi algo tão desumano que só um ser humano seria capaz de fazer igual. Brancos caçaram negros como animais. Mas também os compraram de outros negros. Sim. Ser dono de escravo nunca foi privilégio caucasiano e sim da sociedade dominante. Na África, uma tribo vencedora escravizava a outra e as vendia para os brancos sujos.

Lembra que eu disse que era ítalo-descendente? Então. Os italianos não escravizaram os pretos, mas os romanos escravizaram os judeus. E eles já se vingaram de mim com juros e correção monetária, pois já fui escravo durante anos de um carnê das Casas Bahia.

Se é engraçado piada de gay e gordo, porque não é a de preto? Porque foram escravos no passado hoje são café-com-leite no mundo do humor? É isso? Eu posso fazer a piada com gay só porque seus ancestrais nunca foram escravos? Pense bem, talvez o gay na infância também tenha sofrido abusos de alguém com o chicote.

Se você acha que vai impor respeito me obrigando a usar o termo "negro" ou "afro-descendente", tudo bem, eu posso fazer isso só pra agradar. Na minha cabeça você será apenas preto e eu branco, da mesma raça, a raça humana. E você nunca me verá por aí com uma camiseta escrita "100% humano", pois não tenho orgulho nenhum de ser dessa raça.

OBS: Antes que diga "Não devemos fazer piadas com negros, nem com gordos, nem com gays, nem com ninguém" Te digo: "Pode colocar meu nome aí nas páginas brancas da sua lista negra, mas te acho chato pra caraio".

Danilo Gentili

GD.

10 de agosto de 2011

Quem disse que seria fácil.

Eu acho engraçado como o egoísmo percorre as pessoas. Não falo egoísmo palpável, dinheiro, comida, objetos e afins. Falo do egoísmo intangível, aquele que não dá o direito de outra pessoa agir da maneira como ela quer e pensar que você é o único ser da face da terra que é correto, que sabe o que é bom, ruim, que pode sentir dor, cansar, ter um momento “down” ou fazer qualquer comentário desnecessário que seja. Ter um momento de deslize e ficar bravo, julgar sem ser necessário, ser grosseiro, não por querer, mas por cansaço ou quem sabe querer apenas ficar no seu canto, quieto só para esquecer o que passa lá fora.

Enganada a pessoa que um dia disse que você tem que sorrir sempre e viver a vida como se ela fosse um mar de rosas. Desconfie de quem sorri o tempo todo, de tudo e para tudo. Se você puder vê-la pelo avesso, dou a minha cara a tapa se você não se surpreender. A vida foi feita de altos e baixos e você não tem que fazer de conta que nada está acontecendo.

Que atire a primeira pedra quem nunca teve um problema, um momento turbulento seja na família, no trabalho ou em um relacionamento. E é ai, logo ai, que o egoísmo entra novamente. É como arrancar um pedaço de si perguntar se a outra pessoa precisa de alguma coisa ou no mínimo saber se ela está bem. Muito mais fácil julgar as atitudes pelo que você vê do que pela realidade dos fatos. Ou quem sabe perder alguns minutos da sua vida fazendo alguém mais feliz simplesmente por perguntar se ela precisa de algo.

É, nunca me disseram que seria fácil. Mas como diria o ditado, um pouco adaptado: “Pessoas, se não conhecê-las como sabê-las”.

GD.

2 de agosto de 2011

Relacionamentos

Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:

“- Ah, terminei o namoro...
- Nossa, estavam juntos há tanto tempo...
- Cinco anos.... que pena... acabou...
- é... não deu certo...”

Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.

Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro? E não temos essa coisa completa. Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível. Tudo junto, não vamos encontrar. Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele.

Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona. Acho que o beijo é importante, e se o beijo bate, se joga, se não, bate mais um Martini, por favor, e vá dar uma volta.

Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não brigue, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar, ou não. Existe gente que precisa da ausência para querer a presença. O ser humano não é absoluto, ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama. Que graça tem alguém do seu lado sob pressão?

O legal é alguém que está com você, só por você. E vice-versa. Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.

Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia? Gostar dói. Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo. E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse.

A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.

Na vida e no amor, não temos garantias. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear. E nem todo sexo bom é para descartar, ou se apaixonar, ou se culpar.

Enfim, quem disse que ser adulto é fácil ?

Arnaldo Jabor

GD.

29 de julho de 2011

Enquanto isso dentro no busão...

Um clima de agitação preenche aquela manhã de sexta-feira.

Gritando desesperadamente como não houvesse amanhã e sem passar pela roleta, Fulana diz: Amiga, me empresta dinheiro ai!

Beltrana: Pra que?

Fulana: Pra que?! O meu acabou uai...

Beltrana: Ai sua pobre!

Fulana: Me ajuda ai...

Beltrana: E se eu não tivesse dinheiro? Ai, odeio pobre...

Agora reflita...

GD.

20 de julho de 2011

Não trocaria um sorvete de flocos por você.

Você disse que me ama. Pensa que engana o meu pobre coração. Tá saindo com um banana, com saudade da minha cama e esperando o meu perdão.

Fica dizendo que me quer, mas prefere um mané apaixonado por você. Tatuagem com meu nome, ainda tem meu telefone. Assim não vai me esquecer.

Por isso eu não trocaria um sorvete de flocos por você, ie.

Você ficava só de meia, eu te chamava de sereia. Parecia tão legal um casal apaixonado. Ficar mesmo transtornado é uma coisa tão normal. Eu tirava sua blusa, você minha bermuda e falava de amor. Me chamava de canalha, destruía minha guitarra e dizia acabou.

Por isso, eu não trocaria um sorvete de flocos por você, ie.

Soulstripper

GD.

18 de julho de 2011

A sete chaves.

Ela é a moça que sonha o tempo não lhe escorregar. Seus segredos não vêm a tona porque hão de se preservar. Como pode assim um coração a sete chaves se trancar pode esconder a emoção com tanta ternura no olhar? É só lembrar pra ver.

É, parece que ela tem na ponta dos dedos o caminho que trilhar. Parece sofrer com a espera de tudo que sonhar, mas é seu jeito de levar. Qualquer coisa que lhe destoa é pouca para lhe faltar. Sabe a hora de rir à toa e também a hora de chorar. Ela pode ter um novo amor para em mil pedaços revirar. Peca na incerteza da paixão, mas num passo sabe contornar. É só lembrar pra ver.

É, parece que ela sente as cores do vento, o destino que traçar. Parece temer a força que vem de dentro encantar, pra nunca mais deixar, pra sempre me levar.

Maglore

GD.

15 de julho de 2011

Não sabe.

Se você ainda insiste em jogar sobre mim o insustentável peso do seu ser, não negue a sua vontade, mas me reserve o direito de ser quem eu sou, pois assim eu sou. Eu tenho muito a fazer.

Já mandaram o homem à Lua, já romperam a barreira do som, mas o maior progresso seria abrir a sua cabeça e o que quer que aconteça é melhor, já que acontece, do que ser que nem você é.

Você quer ser quem não é. Você não quer ser quem é. Mas você tem que ser, você tem que perceber, você tem que entender, você tem que ver, você tem que ser. Você não sabe perceber o que acontece, não sabe viver a sua vida, não sabe resolver os seus problemas. Não sabe. Por isso não venha com eles pra cima de mim não.

O que passou já foi e o que passou, passou, é passado, é particípio, é cinza. Por isso esquece, porque isso me ensurdece. Eu não aguento mais ouvir toda essa sua morbidez. É melhor estar indo ao lugar oposto ao que se deve ir, do que estar perdida como você, pois eu já estou indo para o lado oposto. Oposto, oposto, bem oposto de você.

Mulheres Q Dizem Sim.

GD.

11 de julho de 2011

Pra você

Como a vida é engraçada e sabe o momento certo de fazer com que tudo aconteça. Porque mais de anos? Porque nunca nenhum olá, ou um sorriso apenas. Não. Nada disso. Ela esperou o tempo certo para fazer a pessoa certa, entrar na hora certa, na vida certa. E tem gente que não acredita em uma força maior, capaz de saber que tudo tem que ser do jeito que tem que ser e basta um sim maior para todos os nossos nãos, não valerem nada.

Hoje eu estou aqui, escrevendo de alguém, para alguém que merece todo o carinho e admiração do mundo. Uma pessoa pela qual me orgulho de chamar de amigo, de ter na minha vida e literalmente saber que se ele não estiver, um pedaço de mim também não estará. Sim, isso é admirar, não só por fora, mas pelo todo que é por dentro e por tudo o que faz. E saber, melhor do que ninguém que ele sim pode chegar onde quiser.

Um pequeno desabafo para dizer obrigada por ontem, por hoje e por todos os próximos dias da minha vida. Pela confiança, pela mão estendida mesmo que longe, pelo “bom dia” de todas as manhãs e por todo carinho dado sem pedir nada em troca, porém muito mais recíproco do que se pode imaginar.

Então apenas obrigada, por aparecer na minha vida, no dia certo, na hora certa e no momento certo de ontem, de hoje e de sempre para sempre, meu brother Murillo Cortes.

GD.

6 de julho de 2011

Quando prometi que mudaria

Quando prometi que a minha vida mudaria, ela mudou. Não como um passe de mágica ou um estalar de dedos, mas com a minha vontade de fazer diferente, ser diferente e melhor. Consegui me livrar daquela porta enferrujada, envelhecida e trancada para um mundo que eu não conhecia. Parei de olhar pelo buraco da fechadura e comecei a olhar ao meu redor. Foi assim que descobri uma janela que, por mais alta que fosse, eu teria que dar o meu jeito de abrir. E para a minha alegria, havia uma chave, prontinha para girar e destrancar aquele vidro que me separava do paraíso.

Algumas tentativas sem sucesso. O medo de me mostrar, de me entregar de corpo e alma para aquele lugar me deixava aflita, mas eu precisava sair dali. O tempo passou e eu cresci, amadureci pensamentos, idéias e tive forças o suficiente para alcançar a chave, vira-la e abrir aquela janela que em tempos atrás parecia impossível de ser alcançada e aberta.

Foi assim que avistei o mundo, peguei o primeiro trem de partida para um futuro sem volta. E no vagão desse trem descobri o quão bom é viver, olhar para outra pessoa e ser reconhecida, não como uma qualquer, mas como uma. Ter o gostinho de me encantar e ser encantada por um mundo que demorei a descobrir, mas que agora vejo que valeu apena cada dia de espera.

GD.

3 de julho de 2011

Blues da Piedade

Agora eu vou cantar pros miseráveis, que vagam pelo mundo derrotados. Para essas sementes mal plantadas que já crescem com cara de abortadas. Para as pessoas de alma bem pequena, remoendo pequenos problemas, querendo sempre aquilo que não têm. Para quem vê a luz, mas não ilumina suas minicertezas. Vive contando dinheiro e não muda quando é lua cheia. Para quem não sabe amar e fica esperando alguém que caiba no seu sonho, como varizes que vão aumentando, como insetos em volta da lâmpada.

Vamos pedir piedade. Senhor, piedade pra essa gente careta e covarde. Vamos pedir piedade. Senhor, piedade. Lhes dê grandeza e um pouco de coragem.

Quero cantar só para as pessoas fracas que estão no mundo e perderam a viagem. Quero cantar o blues com o pastor e o bumbo na praça. Vamos pedir piedade, pois há um incêndio sob a chuva rala. Somos iguais em desgraça. Vamos cantar o blues da piedade. Vamos pedir piedade...

Cazuza

GD.

27 de junho de 2011

Minha vida cantada por John Mayer

Se eu pudesse fazer da minha vida uma trilha sonora, faria questão de que todas as músicas fossem cantadas por uma única pessoa: John Mayer.

Me descrevo: She Is A Mystery

Me sinto: Perfectly Lonely

Estou: Gravity

Se eu pudesse ir a qualquer lugar, iria para onde: Every Day I Have The Blues

Aprendi: Stop This Train

Minha melhor amiga: Without You

Eu e minha melhor amiga somos: Only Heart

Vivo: Bold As Love

Minha hora do dia favorita: Home Life

Se minha vida fosse um programa de TV chamaria: I Don’t Need a Doctor

Minha vida é: Lesson Learned

Eu sorrio quando: Free Fallin

Choro quando: In your Atmosphere

Meu relacionamento nos últimos tempos: I’m Gonna Find Another You

O melhor conselho que tenho pra dar: Who say

Pensamento do dia: Wheel

Meu lema: Say


GD.

22 de junho de 2011

Uma mulher que invejo

Não canto mais Babete nem Domingas,
nem Xica nem Tereza de Ben Jor;
nem Drão nem Flora do baiano Gil,
nem Ana nem Luiza do maior;
já não homenageio Januária,
Joana,Ana,Bárbara de Chico;
nem Yoko,a nipônica de Lennon,
nem a cabocla de Tinoco e de Tonico.
Nem a tigresa nem a Vera Gata
nem a branquinha de Caetano;
nem mesmo a linda flor de Luiz Gonzaga,
Rosinha do sertão pernambucano;
Nem Risoflora,a flor de Chico Science,
nenhuma continua nos meus planos;
nem Kátia Flávia de Fausto Fawcett;
nem Anna Júlia do Los Hermanos.

Só você, hoje eu canto só você;
Só você,que eu quero porque quero,por querer.

Não canto de Melô Pérola Negra,
de Brown e Herbert,nem uma brasileira;
De Ari,nem a baiana nem Maria,
nem a Iaiá também,nem minha faceira;
de Dorival,nem Dora nem Marina;
nem a morena de Itapoã;
divina garota de Ipanema,
nem Iracema de Adoniran.
De Jackson do Pandeiro, nem Cremilda;
de Michael Jackson, nem a Billie Jean;
de Jimi Hendrix, nem a doce Angel;
nem Ângela nem Lígia,de Jobim;
nem Lia,Lily Braun nem Beatriz,
das doze deusas de Edu e Chico;
até das trinta Leilas de Donato
e da Layla,de Clapton,eu abdico.

Só você, canto e toco só você;
Só você, que nem você ninguém mais pode haver.

Nem a namoradinha de um amigo
e nem a amada amante de Roberto;
e nem Michelle-me-belle,do beattle Paul,
nem Isabel - Bebel - de João Gilberto;
nem B.B. la femme de Serge Gainsbourg,
nem de Totó na malafemmená,
nem a Iaiá de Zeca Pagodinho,
nem a mulata mulatinha de Lalá;
e nem a carioca de Vinícius
e nem a tropicana de Alceu
e nem a escurinha de Geraldo
e nem a pastorinha de Noel
e nem a namorada de Carlinhos
e nem a superstar do Tremendão
e nem a malaguenha de Lecuona
e nem a popozuda do Tigrão.

Só você,hoje elejo e elogio só você;
Só você, que nem você não há nem quem nem quê.

De Haroldo Lobo com Wilson Batista,
de Mário Lago e Ataulfo Alves,
não canto nem Emília nem Amélia,
nenhuma tem meus ''vivas'' e meus ''salves''!
E nem Angie,do stone Mick Jagger;
e nem Roxanne, de Sting, do Police;
e nem a mina do mamona Dinho
e nem as mina ? pá! - do mano Xiz!
Loira de Hervê,Loira do É O Tchan,
Lôra de Gabriel o Pensador;
Laura de Mercer Laura de Braguinha,
Laura de Daniel o trovador;
Ana do Rei e Ana de Djavan,
Ana do outro Rei,o do Baião;
nenhuma delas hoje cantarei,
só outra reina no meu coração:

Só você, rainha aqui é só você;
Só você,a musa dentre as musas de A a Z.

Se um dia me surgisse uma moça
dessas que,com seus dotes e seus dons,
inspira parte dos compositores
na arte das palavras e dos sons,
tal como Madallene,de Jacques Brel
ou como Madalena,de Martinho
ou Mabellene e a sixteen de Chuck Berry
ou a manequim do tímido Paulinho
ou como,de Caymmi,a moça prosa
e a musa inspiradora Doralice;
se me surgisse uma moça dessas,
confesso que eu talvez não resistisse;
mas,veja bem,meu bem,minha querida,
isso seria só por uma vez.
Uma vez só em toda a minha vida,
ou talvez duas, mas não mais que três!

Só você,mais que tudo é só você;
Só você, as coisas mais queridas você é.

Você pra mim é o sol da minha noite,
é como a rosa luz de Pixinguinha;
é como a estrela pura aparecida,
a estrela a refulgir do Poetinha;
você, ó floré como a nuvem calma
no céu da alma de Luiz Vieira;
você é como a luz do sol da vida
de Stevie Wonder,ó minha parceira.
Você é pra mim o meu amor
crescendo como mato em campos vastos;
mais que a Gatinha pra Erasmo Carlos,
mais que a cigana pra Ronaldo Bastos,
mais que a divina dama pra Cartola,
que a domna pra Ventadorn,Bernart;
que a Honey Baby para Waly Salomão
e a Funny Valentine para Lorenz Hart!

Só você,
mais que tudo e todas,é só você;
Só você, que é todas elas juntas num só ser!


Lenine - Todas elas juntas num só ser



GD.

19 de maio de 2011

O perder

Como o pensar em perder pode doer tanto? Depois de ler um texto fabuloso do Renato Cabral “Um pôr-do-sol para o meu pai”, comecei a observar a minha vida e o que eu fazia dela. Será que eu aproveito como deveria aproveitar? Será que dou valor as pessoas erradas e deixo as que realmente merecem de lado? Será que faço as escolhas certas? Será que penso em mim?
Gostaria de ter uma resposta positiva a todas as questões anteriores, mas infelizmente não tenho. Gasto mais tempo me preocupando com coisas inúteis do que comigo mesma. Sei que não aproveito tudo o que tenho para aproveitar, não penso em mim como deveria pensar, não faço as escolhas certas e não, eu não dou o valor nas pessoas corretas.
Pensar em tudo isso dói. Dói por saber que tudo o que deixei passar não voltará e continuo a remar na mesma direção, um lugar onde sou egoísta, não com os outros, mas comigo mesma, por não dar a mim a oportunidade de sugar o melhor das coisas maravilhosas que a vida me dá e doar mais do que o necessário para as inúteis, sendo que poderia fazer mais por mim, por quem merece.
Chegar a esta conclusão não é a coisa mais fácil do mundo, infelizmente precisei pensar no risco e nas possibilidades de perder o que já é meu e o que um dia poderia ser pelo simples fato de não acreditar que tudo o que temos é o necessário para sermos felizes. E não há nada que poderá substituir a grandeza de dois braços abertos a cada retorno para casa.

O texto que menciono acima você pode ler aqui.


GD.

5 de maio de 2011

O tanto

Tantos são os encontros e desencontros da vida. Tantas são as pessoas que passam por nossos dias e fazem deles momentos inesquecíveis. Tantas são as vezes que nos separamos de alguém, por motivos que doem o coração, ou por apenas medo. Tantas são às vezes...

É por esse rodeio de tantos e quantos que fazemos de nossos dias verdadeiros roteiros. São tantas histórias, tantas vidas vividas em uma só vida. São tantos abraços, tantos sorrisos, tanta felicidade. Mas ao mesmo tempo tanto choro, tanta tristeza, tanta raiva. São tantas dúvidas, tantas certezas e incertezas. São tantos os tantos. E entre esse vai e vem nos encantamos, nos entregamos, nos mostramos mais.

E assim cada um leva sua vida, entre tantos e tantos em um tanto só.

GD.

25 de março de 2011

Hoje sou feliz

Hoje meu dia acordou mais feliz. Uma felicidade que não reinava por um bom tempo. Hoje é sexta-feira, e o sol resolveu acordar depois de longos dias de descanso, o que foi ótimo, pois fez minha boca dar um pequeno sorriso torto outra vez. Vocês deveriam ter visto aquele nascer do sol. E sabe a sensação de estar em paz? É a que eu sinto agora.

Hoje sou capaz de tudo. De ser quem eu quiser, fazer o que eu quiser. Ser feliz a qualquer custo, me encantar, me surpreender, me apaixonar e retribuir o gostar de quem realmente gosta de mim. Aqui dentro, agora está tudo em paz. Os pequenos buracos estão se tampando e pela primeira vez na vida aprendi a me preocupar mais comigo do que com os outros. Não por egoísmo, mas por saber que preciso cuidar um pouco mais de mim.

Sei que muitas surpresas me aguardam, mas agora caminho sobre o paralelepípedo da vida, de braços abertos e prontos para abraçar o melhor que tenho a receber de mim mesma e das pessoas que me rodeiam. Cansei de fingir, e sinto pena das pessoas que vivem atoladas em suas próprias mentiras e a tentar mostrar superioridade. Não preciso e nunca precisei me mostrar melhor do que ninguém para ser feliz.

Posso dizer que agora deixo a vida me levar, para onde ela quiser. Parei de planejar o futuro, não o esqueci, apenas comecei a pensar no agora e no que realmente me importa.


"A felicidade depende de nós mesmos" Aristóteles


GD.

9 de março de 2011

Sobre os dias chuvosos

Ahh a chuva! Aqueles pequenos pingos que clamam por chocolate quente, boa companhia, filme e cobertor. Aquelas gotinhas que fazem o bem, águam as plantas, deixam tudo fresquinho e com carinha de novo. Ahh a chuva...

O primeiro parágrafo teria continuação se eu não estivesse praticamente EMBOLORADA de tanta chuva. Eu sei que faz um bem danado, mas pelo amor de Deus, minha bolsa nas ultimas semanas virou um quite salva-vidas com direito a: “Aqui tem tudo o que você precisa, sombrinha, capas de chuva multicoloridas, remos, botes, e muito mais”, estou pior do que propaganda das Casas Bahia. Você deve estar pensando: “Nofa que menina revoltada”. É porque não é você que depende da linda Mercedes Benz, também conhecida como transporte público, vulgo ônibus ou ons.

Acordo toda serelepe e felix, arrumo o bebelinho, tomo café da manhã, pego minhas coisas, abro a porta de casa e está chovendo. Tudo bem, não é a toa que tenho guarda-chuva. O primeiro passo para fora de casa é a catástrofe em pessoa. O vento marca 600km por hora, meu tênis já está meio ensopado, a sombrinha, que serve para salvar apenas aquele pedaço do cabelo conhecido como franja, teima em querer virar e os dois braços que Deus me deu viram quatro. Imagine a cena: uma mão segura o cabo da sombrinha que ao mesmo tempo prende a bolsa na frente da barriga que tenta não molhar. A outra mão segura uma haste que quer virar a qualquer custo e quando vejo estou praticamente emborcada para frente como se fosse derrubar alguém com o meu super escudo protetor à La Eric, o cavaleiro do desenho “A Caverna do Dragão”. Mas para o meu alivio o ponto do ons fica só a um quarteirão.

Espero ansiosamente sua chegada. O primeiro freio espirra pequenas gotículas de água na minha calça, que já não são nada comparadas a cor do meu tênis. Lá dentro está tudo muito quente e abafado, abafado, abafado, uma sauna ambulante. Sim, o cheiro de gente molhada, cabelos com condicionador, o fedozinho quase que insuportável da querida alma que não toma banho já faz dias. E canpensquinão: TUIN! Sim, a franja que com muito cuidado e muito sofrimento mantive intacta dando a minha vida até um segundo atrás, estava toda enrolada. Nesse momento facas, mortes, decapitações passam pela minha cabeça, mas eu sou forte, eu consigo. Vamos lá, respiro, inspiro e estou calminha.

Lá se foi o primeiro ônibus, e depois de muito sofrer no segundo, como se já não bastasse, uma poça d’água e um carro a toda velocidade finalizam minha triste e aventureira caminhada até o trabalho. No final, a cheirosinha e limpinha chega à agência com a meia toda ensopada, a calça jeans que era lisa agora toda trabalhada na estampa militar e para completar o look do dia aquele coque podrinho no alto da cabeça. E você me pergunta: “Mas como você tem coragem de ir trabalhar assim?” E eu te respondo: “Escolha entre me dar um carro ou ir tomar um belo banho na soda (pois eu sou educada)”.

E é assim, que termino todos os meus santos dias de chuva com a certeza de que quando eu bater na porta do paraíso, São Pedro irá me dar passagem direta para o céu com direito de ficar à direita de Deus pai todo poderoso, por que olha vou te contar, essa minha vida tirana não é mole não.

Ai quando falo que minha rotina são contos hollywoodianos, neguinho não acredita em mim.


GD.

1 de março de 2011

Tudo se resume em uma palavra

O mesmo tempo que nos presenteia com coisas boas também carrega consigo o poder de nos surpreender. São dias e meses a construir uma imagem que em um estalar de dedos faz com que tudo seja lançado a um despenhadeiro sem passagem de volta.

Me impressiono com o poder de persuasão e hipnotismo cujo algumas pessoas são presenteadas. Um dom capaz de mudar uma vida e sentimentos em instantes, assim como os planos e desejos de um futuro que jamais virá. E é tão engraçado soltar certas palavras que um dia jamais imaginaram ser apagadas de forma tão inesperada...

O que me rodeia agora são perguntas sem respostas e a silhueta não identificada de uma imagem que foi um dia tão clara e real. Indigno-me sim com a habilidade de destruir tudo o que foi plantado, regado e alimentado tão carinhosamente. E é ai que me pergunto se existe sentimento alheio e recíproco, já que meia dúzia de ações e palavras são suficientemente fortes para derrubar toda uma esperança que, me desculpe às palavras, estava sendo deixada em banho Maria.

Tenho na cabeça agora pontos de interrogação que não sabem se acreditam em meias verdades e momentos que provavelmente não tiveram importância para o lado de lá. E cá entre nós, a dúvida é muito encontrada nos corações incrédulos e tristes assim como o meu.

Escrevo aqui o meu não entender de como algo tão bom pôde se autodestruir em poucos minutos e levar consigo admiração, carinho, amizade e companheirismo para um caminho que ao meu parecer, não tem volta. E infelizmente dói pensar nisso.

O que fica agora não é a raiva nem outras palavras como vingança ou algo do tipo. São então três lados. Um lado triste que gosta e quer ver bem independente de qualquer coisa, afinal gostar é isso. Do outro está o respeito, pois nenhum orgulho deve passar por cima de coisas boas que foram criadas. E no meio fica o único sentimento feio que leva embora com ele a confiança e a vontade de acreditar, que é a decepção.

24 de fevereiro de 2011

Um singelo obrigado

Me peguei relembrando momentos. Engraçado como a vida é bizarra de vez em quando. A minha como muitos sabem é uma novela mexicana sem fim. Dia após dia um capítulo incansável, com novos personagens e novas pautas para escrever por aqui. Afinal tenho um compromisso e felizmente existem pessoas, como você, que retornam a este singelo lugar, onde cada palavra é arrancada de dentro do peito e fazem de si mesmas identificações momentâneas aos olhos de quem lê.

Aqui me descrevo, me abro e me dispo tão facilmente como se algo tomasse conta de mim. Encontro nessas poucas palavras refúgio e abrigo para momentos que vem e vão, e insistem em fazer parte de perguntas e respostas que chamo de EU.

São recordações de uma memória de elefante que fazem da minha vida constantes capítulos hollywoodianos sem censura, sem cortes e recortes, apenas com sentimentos abalados por um coração que insiste em se apaixonar frequentemente e loucamente por tudo o que se depara e identifica como novo em sua frente.

Deixo aqui um pequeno agradecimento por me deixar entrar em você e fazer rodopios, arrancar um sorriso, um arrepio ou em casos de força maior, quem sabe uma lágrima. Agradecer por ser um pequeno grão que lhe desperta sentimentos ou coisa nenhuma. Quem sabe por apenas estender uma mão inimaginária que poderá lhe ajudar. Então, obrigada por você me fazer estar aqui, por me dar motivos para continuar. Obrigada.


GD.

17 de fevereiro de 2011

Vai passar

Ei psiu! Você! É, você mesmo. Porque essa cara? Porque essa lagrima querendo cair? Porque essa raiva e esse incômodo todo ai dentro? Calma porque tudo isso vai passar. Eu sei que é horrível, dói, parece que você não vai aguentar, que vai explodir, mas aguenta. Eu também sei que dá vontade de sumir, de sair de dentro do corpo e deixar só a carcaça para trás porque dentro da gente não dá, não é um bom lugar para ficar. Dá vontade de ser qualquer outra coisa inanimada, que não escuta, não fala e não sente.

Infelizmente a danada da dor é assim mesmo, queima, arde, parece que pegaram seu estômago e deram um nó feito toalha molhada. Só que isso passa, cicatriza, porque temos a infeliz mania de achar que não vai, que não vamos dar conta de aguentar. Pois bem, digo que sim, afinal ninguém carrega uma cruz que não consiga suportar o peso.

É difícil de acreditar, eu sei, mas tudo isso vai virar passado, ficar na memória junto com as outras diversas dores que a vida ainda lhe causará. Sei que agora realmente não é o melhor momento para ser feliz, não tem jeito não é?! Mas me responde uma coisa, quem foi que disse que devemos sempre ser felizes?

A vida é como uma caixinha de surpresas, e algumas nos ensinam que para viver de verdade temos que quebrar a cara, aprender, tentar e não conseguir, achar uma coisa e ser outra, querer e não ter. Perder. Ter que olhar para alguém que ama, dizer ou ouvir coisas que não quer, mas que são necessárias. Toda essa teia faz com a gente perca, apanhe, seja passado para trás, e tudo isso realmente dói, porém passa.

Sabe a felicidade? Não? Ela está do outro lado da ponte, como sempre esteve. E eu sei que está meio embaçado, mas você irá enxergá-la como outras vezes conseguiu. Mas para chegar até lá, você terá medo de encontrar o que te espera pelo caminho, coisas que você não quer. Você vai querer desistir, mas não vai. Não vai porque é forte, porque depois do meio da ponte tudo fica claro e ai você será feliz.

Então sabe aquela dor que batia ai dentro, que sambava no peito com salto agulha? Ela vai passar. Porque tudo passa. Acredita em mim, tudo irá passar.


GD.

(Pequenos trechos retirados de Caio Fernando de Abreu)

14 de fevereiro de 2011

Pense bem

Porque as pessoas não compreendem o que você faz, sente ou acha sobre as coisas. Engraçado como somos obrigados a entender o que está passando na vida alheia, o que ela faz ou deixa de fazer.
Ninguém se importa com o que você sente, todos acham que estão corretos, mas ninguém tenta entender o que está acontecendo. Claro, é muito difícil ceder um pouco de si para os outros. Mais fácil é olhar para o próprio umbigo.
Pare e pense que ninguém é bom o bastante, todos temos os nossos erros, nossos defeitos. Nós gostamos e sentimos as mesmas coisas. Pense no que você diz, na sua opinião para com os outros. É muito fácil opinar sobre alguma coisa que você não faz parte, não entende, pois algumas coisas não foram feitas para muitos perceberem.
É sempre bom querer o melhor das pessoas para nós, que elas aceitem o que sentimos, o que escolhemos para nós mesmos. Algumas escolhas podem nos fazer sofrer, mas a opção é nossa, não dos outros. Cada um sabe o que é o melhor para si, sabe o que vai lhe fazer bem mesmo não sendo o correto.
Pense melhor no que você faz e coloque na balança o que você dá e o que recebe. Pode ter certeza que um lado estará falho. E olhe pelo lado da amizade também, afinal, eu aceito mesmo não achando correto, porém, será que você aceita mesmo não sendo o certo?
Algumas coisas que chegam para nós como brinde podem ser boas ou não ser boas, o que importa é ver quem você gosta feliz, e se você não está feliz com isso, pense bem sobre o que você entende de amizade e por querer a felicidade alheia.


GD.

8 de fevereiro de 2011

Oasis mal intencionado

Um deserto escaldante, um sol de presente para você. Um lugar onde não existe nada além de areia e pequenos animais, que consideramos como pragas, sobreviventes. Vento é uma coisa que praticamente não existe e se tentar fritar um ovo no chão ele queima.
Imagine estar sobre essas condições, onde a saliva só de pensar em existir já evapora. Sua mente já não consegue responder ao corpo que não existe água, e você terá de sobreviver. A loucura começa a tomar conta de você e quando menos se espera um oasis surge e uma faísca de esperança também.
Tudo o que você quer é matar a sede, e quanto mais você caminha, mais a vontade toma conta. Quando chega perto o delírio envolve todo o seu corpo e a primeira reação é correr e mergulhar no pequeno lago e aliviar toda sua tensão. Afinal, ainda existe uma esperança.
Depois de quase quebrar o braço você acorda e percebe que tem areia por todos os lados, e o oasis nunca existiu. A palavra que resume o ocorrido então é decepção.
Nossa vida é assim. Temos uma pessoa do nosso lado, sabemos que existe algum problema, mas o calor é tão bom e a mentira tão boa, que nos perdemos e somos jogados em pequenos desertos, onde os bichos existentes são pragas que fazem a nossa cabeça e os oasis que enxergamos é a decepção quando quicamos no fim de um buraco que, por puro encantamento, nos jogaram lá embaixo.
No final saímos com pequenos e grandes arranhões. Mas são marcas e fraturas que cicatrizam, deixam lembranças, que por sorte são curadas por pequenos salvadores montados em camelos que sempre estão do nosso lado para nos livrar de desertos escaldantes e oasis mal intencionados.


GD.

31 de janeiro de 2011

Madrugada

O relógio soa tarde, o sono vem me perturbar, mas a única vontade que tenho é de deixar escorrer por meu rosto o alívio e o medo de perder. Meu coração acelerado e indeciso pulsando forte faz com que o laço do pijama dê pequenas trepidadas como se fosse ser arrancado e jogado para longe.
Por mais forças que eu tenha, por trás de um sorriso bobo e palhaço esconde um outro amargurado e caído para o lado. Deixo meus olhos transparecerem a vontade avassaladora de gritar tentando esconder. Por um lado tenho sorte, pois apenas as pessoas que me olham profundamente saberão do pranto escondido atrás das minhas pupilas dilaceradas. Por outro tenho garra, pois o que não me derruba, mas tenta acabar comigo, carrega consigo o poder de me fazer mais forte o suficiente para não deixar pequenos riachos inundarem as maças do meu rosto, nem molhar o papel que por poucos minutos serviu como refúgio a uma mão sedenta por letras e uma alma querosa por tranqüilidade em mais uma noite, entre tantas outras, procurando por um papel com respostas que jamais foram encontradas.

GD.

21 de janeiro de 2011

Escolhas

Entre as coisas mais difíceis do mundo entra no meu top Five a de fazer uma escolha.
Não pense que existe o destino, na vida tudo o que fazemos são escolhas. Existe sempre um núcleo e vários caminhos a seguir, você pode escolher o certo ou errado, só depende por onde você escolher caminhar. E é assim que tecemos essa teia que por conveniência chamamos de VIDA.
Tenho a minha teoria sobre as escolhas, siga meu raciocínio. Quando você escolhe ser publicitário, você abre mão de ser médico. Se você opta por salvar vidas, a sua poderia ser diferente sendo um arquiteto. Nada que temos ou conseguimos foi entregue a nós de mãos beijadas, nós escolhemos seguir em frente e batalhar pelo que queremos, ou não saímos do lugar e esperamos as coisas simplesmente caírem do céu (o máximo que você pode receber é uma cocô na cabeça, um raio, ou chuva).
No amor, a gente sofre por escolha, porque achamos legal. E não venha me dizer que NÃO é porque é SIM. Todos nós sabemos que a partir do momento que alguma coisa lhe faz mal, você escolhe por tê-la por perto te fazendo mal, ou dá-lhe de presente o pé para que ele possa entrar com a bunda (o que na maioria dos casos, no final, vira depressão que também é fruto de uma escolha, afinal a vida é boa de mais pra escolher sofrer por algo que lhe faz mal)
Para ser mais específica, você está agora sentado nesta cadeira porque quis, está lendo a minha postagem porque simplesmente quis, clicou no link do blog e entrou porque quis. Você escolheu estar aqui agora.
Então, volto a repetir que tudo o que fazemos na vida são escolhas, tudo o que temos são resultados bons ou ruins de uma escolha bem ou má sucedida que você teve a brilhante opção de seguir a diante ou não, pois sem contestar, nós somos a soma de nossas decisões.


GD.

13 de janeiro de 2011

A Mentira

Não gosto de mentiras, muito menos daquelas que insistem em permanecer. Acho que pior do que não falar a verdade é fazer com que ela se torne verdadeira. E infelizmente elas se parecem com um abismo, uma vez dentro, praticamente impossível de sair. Seria muito pedir que a mentira sumisse ou que nos machucássemos menos com ela. Seria pedir e querer demais. Seria mais fácil dizer a verdade, afinal repare depois que um erro quando apagado com uma mentira acaba por precisar de mais duas delas e assim sucessivamente. E isso é o que estraga as pessoas, a facilidade de não admitir seus próprios problemas e preferir por contorná-los de uma maneira que tornará tudo muito pior. E enquanto isso existe sempre alguém que sofre com ela ou por ela, pois sua maior aliada é o egoísmo e a vontade inumana de pensar só em si mesmo e esquecer que outras pessoas estão do seu lado, na sua frente ou atrás de você. Não podemos abominá-la, mas podemos evitá-la ou dominá-la. Afinal, assim como as listras de um tigre, jamais poderemos trocá-las de lugar.

GD.

6 de janeiro de 2011

O incurável

Escuto o celular tocar freneticamente como se não houvesse amanhã. Uma voz que eu conhecia, mas fiz questão de apagar da memória, dizia do outro lado um olá que fez meu corpo arrepiar. Não me recordo quando foi a última vez que a escutei, e pra falar a verdade prefiro não lembrar.
A ligação durou no máximo 10 segundos, o suficiente para o ouvinte do outro lado escutar apenas minha respiração, um pouco mais rápida do que o normal. Durante este pequeno intervalo de tempo o alfabeto desapareceu, e o que aprendi durante todos esses 20 anos foram parar ralo abaixo.
Nunca senti tanta dificuldade de pronunciar qualquer palavra que fosse em toda minha pequena existência. Porém, tudo o que não tive coragem de dizer, minha cabeça fez questão de transformar em pensamentos e imagens que claramente recordei como se fosse ontem. E o que minha boca não conseguiu falar, o meu silencio expressou por si só. O suficiente para mostrar o quanto ainda dói.
Dez segundos depois meu dedo encerrou a ligação, deixando o outro lado em vão. E o que pude tirar de lição dessa aventura a curto prazo, é que o tempo seleciona o que ele vai tampar primeiro, porém não cura nada. Ele apenas deixa uma cicatriz para tirar o incurável do centro das atenções.

GD.

4 de janeiro de 2011

Talvez, se sorríssemos mais...

Talvez, se sorríssemos mais, olharíamos o mundo de uma forma diferente;
Talvez, se sorríssemos mais, esqueceríamos dos problemas do mundo lá fora;
Talvez, se sorríssemos mais, conseguiríamos as coisas mais fáceis;
Talvez, se sorríssemos mais, teríamos mais pessoas apaixonadas;
Talvez, se sorríssemos mais, esqueceríamos da dor;
Talvez, se sorríssemos mais, saberíamos que este ato nos cura;
Talvez, se sorríssemos mais, olharíamos menos para o próprio umbigo;
Talvez, se sorríssemos mais, seriamos mais humildes;
Talvez, se sorríssemos mais, teríamos mais esperança;
Talvez, se sorríssemos mais, mais pessoas seriam felizes;
Talvez, se sorríssemos mais, perdoaríamos mais facilmente;
Talvez, se sorríssemos mais, não desperdiçaríamos um dia;
Talvez, se sorríssemos mais, veríamos que a vida vale à pena;
Talvez, se sorríssemos mais, seríamos mais inteligentes;
Talvez, se sorríssemos mais, acreditaríamos mais em nós mesmos;
Ou talvez, se sorríssemos menos, sentiríamos falta de sorrir.

GD.