31 de janeiro de 2011

Madrugada

O relógio soa tarde, o sono vem me perturbar, mas a única vontade que tenho é de deixar escorrer por meu rosto o alívio e o medo de perder. Meu coração acelerado e indeciso pulsando forte faz com que o laço do pijama dê pequenas trepidadas como se fosse ser arrancado e jogado para longe.
Por mais forças que eu tenha, por trás de um sorriso bobo e palhaço esconde um outro amargurado e caído para o lado. Deixo meus olhos transparecerem a vontade avassaladora de gritar tentando esconder. Por um lado tenho sorte, pois apenas as pessoas que me olham profundamente saberão do pranto escondido atrás das minhas pupilas dilaceradas. Por outro tenho garra, pois o que não me derruba, mas tenta acabar comigo, carrega consigo o poder de me fazer mais forte o suficiente para não deixar pequenos riachos inundarem as maças do meu rosto, nem molhar o papel que por poucos minutos serviu como refúgio a uma mão sedenta por letras e uma alma querosa por tranqüilidade em mais uma noite, entre tantas outras, procurando por um papel com respostas que jamais foram encontradas.

GD.

21 de janeiro de 2011

Escolhas

Entre as coisas mais difíceis do mundo entra no meu top Five a de fazer uma escolha.
Não pense que existe o destino, na vida tudo o que fazemos são escolhas. Existe sempre um núcleo e vários caminhos a seguir, você pode escolher o certo ou errado, só depende por onde você escolher caminhar. E é assim que tecemos essa teia que por conveniência chamamos de VIDA.
Tenho a minha teoria sobre as escolhas, siga meu raciocínio. Quando você escolhe ser publicitário, você abre mão de ser médico. Se você opta por salvar vidas, a sua poderia ser diferente sendo um arquiteto. Nada que temos ou conseguimos foi entregue a nós de mãos beijadas, nós escolhemos seguir em frente e batalhar pelo que queremos, ou não saímos do lugar e esperamos as coisas simplesmente caírem do céu (o máximo que você pode receber é uma cocô na cabeça, um raio, ou chuva).
No amor, a gente sofre por escolha, porque achamos legal. E não venha me dizer que NÃO é porque é SIM. Todos nós sabemos que a partir do momento que alguma coisa lhe faz mal, você escolhe por tê-la por perto te fazendo mal, ou dá-lhe de presente o pé para que ele possa entrar com a bunda (o que na maioria dos casos, no final, vira depressão que também é fruto de uma escolha, afinal a vida é boa de mais pra escolher sofrer por algo que lhe faz mal)
Para ser mais específica, você está agora sentado nesta cadeira porque quis, está lendo a minha postagem porque simplesmente quis, clicou no link do blog e entrou porque quis. Você escolheu estar aqui agora.
Então, volto a repetir que tudo o que fazemos na vida são escolhas, tudo o que temos são resultados bons ou ruins de uma escolha bem ou má sucedida que você teve a brilhante opção de seguir a diante ou não, pois sem contestar, nós somos a soma de nossas decisões.


GD.

13 de janeiro de 2011

A Mentira

Não gosto de mentiras, muito menos daquelas que insistem em permanecer. Acho que pior do que não falar a verdade é fazer com que ela se torne verdadeira. E infelizmente elas se parecem com um abismo, uma vez dentro, praticamente impossível de sair. Seria muito pedir que a mentira sumisse ou que nos machucássemos menos com ela. Seria pedir e querer demais. Seria mais fácil dizer a verdade, afinal repare depois que um erro quando apagado com uma mentira acaba por precisar de mais duas delas e assim sucessivamente. E isso é o que estraga as pessoas, a facilidade de não admitir seus próprios problemas e preferir por contorná-los de uma maneira que tornará tudo muito pior. E enquanto isso existe sempre alguém que sofre com ela ou por ela, pois sua maior aliada é o egoísmo e a vontade inumana de pensar só em si mesmo e esquecer que outras pessoas estão do seu lado, na sua frente ou atrás de você. Não podemos abominá-la, mas podemos evitá-la ou dominá-la. Afinal, assim como as listras de um tigre, jamais poderemos trocá-las de lugar.

GD.

6 de janeiro de 2011

O incurável

Escuto o celular tocar freneticamente como se não houvesse amanhã. Uma voz que eu conhecia, mas fiz questão de apagar da memória, dizia do outro lado um olá que fez meu corpo arrepiar. Não me recordo quando foi a última vez que a escutei, e pra falar a verdade prefiro não lembrar.
A ligação durou no máximo 10 segundos, o suficiente para o ouvinte do outro lado escutar apenas minha respiração, um pouco mais rápida do que o normal. Durante este pequeno intervalo de tempo o alfabeto desapareceu, e o que aprendi durante todos esses 20 anos foram parar ralo abaixo.
Nunca senti tanta dificuldade de pronunciar qualquer palavra que fosse em toda minha pequena existência. Porém, tudo o que não tive coragem de dizer, minha cabeça fez questão de transformar em pensamentos e imagens que claramente recordei como se fosse ontem. E o que minha boca não conseguiu falar, o meu silencio expressou por si só. O suficiente para mostrar o quanto ainda dói.
Dez segundos depois meu dedo encerrou a ligação, deixando o outro lado em vão. E o que pude tirar de lição dessa aventura a curto prazo, é que o tempo seleciona o que ele vai tampar primeiro, porém não cura nada. Ele apenas deixa uma cicatriz para tirar o incurável do centro das atenções.

GD.

4 de janeiro de 2011

Talvez, se sorríssemos mais...

Talvez, se sorríssemos mais, olharíamos o mundo de uma forma diferente;
Talvez, se sorríssemos mais, esqueceríamos dos problemas do mundo lá fora;
Talvez, se sorríssemos mais, conseguiríamos as coisas mais fáceis;
Talvez, se sorríssemos mais, teríamos mais pessoas apaixonadas;
Talvez, se sorríssemos mais, esqueceríamos da dor;
Talvez, se sorríssemos mais, saberíamos que este ato nos cura;
Talvez, se sorríssemos mais, olharíamos menos para o próprio umbigo;
Talvez, se sorríssemos mais, seriamos mais humildes;
Talvez, se sorríssemos mais, teríamos mais esperança;
Talvez, se sorríssemos mais, mais pessoas seriam felizes;
Talvez, se sorríssemos mais, perdoaríamos mais facilmente;
Talvez, se sorríssemos mais, não desperdiçaríamos um dia;
Talvez, se sorríssemos mais, veríamos que a vida vale à pena;
Talvez, se sorríssemos mais, seríamos mais inteligentes;
Talvez, se sorríssemos mais, acreditaríamos mais em nós mesmos;
Ou talvez, se sorríssemos menos, sentiríamos falta de sorrir.

GD.