27 de março de 2012

É aquele calafrio.


Um calafrio bom, de coisa boa, mas também um calafrio de “o que está acontecendo comigo”. Normalmente não entendemos o arrepio que dá nos braços, coluna, nuca e faz com que tudo se estremeça, como se um terremoto estivesse a começar e não parar jamais. É aquele calafrio, o que se sente quando a vontade e o desconhecido avançam através de todos como uma manada de elefantes prontos para passar por cima de tudo o que estiver pela frente. É aquele calafrio, que deixa a perna trêmula como se fosse uma parte do corpo que você não pode controlar, que não sabe o que está fazendo e é quase capaz de perfurar o chão. É aquele calafrio, que gela a mão e faz com que ela, como se estivesse acabado de ser lavada, pingue e você já não têm mais toalhas para secá-la. É aquele calafrio, que aperta o estomago, faz com que ele revire, com que ele sinta trezentas borboletas batendo asas freneticamente dentro dele até você perder a fome. É aquele calafrio, que te faz sorrir pelo canto da boca.

GD.  

23 de março de 2012

Fizeram a gente acreditar.

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém. 


John Lennon. 

GD.

16 de março de 2012

Então, venha.


Acordei. Ainda é tarde e a minha cabeça não consegue parar de funcionar, de pensar, de tentar entender coisas que certamente não foram feitas para serem entendidas, mas sentidas. É aquele sentimento de impotência, de parecer tão pequena, tão incapaz de expressar os meus próprios sentimentos. A cama parece tão grande e certamente falta o alguém para preencher esse lugar, mas eu vou ter que voltar a dormir, eu não tenho outra alternativa que não seja dormir, acordar e seguir.

Medo. O medo de não passar de um mero presente bom, de um futuro incerto, de um passado que não existe, e passará a existir apenas em lembranças, talvez. Arrependimento. De não tentar, de saber que as coisas são tão fáceis e que um simples querer pode mudar o seu futuro, pra sempre.

Dúvida. Vou me arrastando, passo atrás de passo apenas assistindo o tempo passar por trás e pela frente de uma tela que reflete o que eu nunca escutei, apenas vi ali parado no tempo de um tempo qualquer, que tenho vontade de escutar, talvez se me deixar escutar, tocar quem sabe uma vez. Uma tela que em certos momentos se transforma na melhor visão, no melhor sentimento, no que eu procuro há tanto tempo, mas que está tão longe, em outro lugar.

Poder. Querer é poder. É poder mudar tudo e construir o tudo que você sempre imaginou. Eu sei, eu posso, mas me resta coragem. Falta o conhecer de duas partes. Resta o recíproco. Resta apenas um “venha”, um “cheguei” pra me prender, te prender pra nunca mais soltar. Por que eu sei, você sabe, nós sabemos. Eu posso, você pode, nós podemos.

Dormi.


GD.

15 de março de 2012

Uma mensagem de amor.


Os livros na estante já não tem mais tanta importância. 
Do muito que eu li, do pouco que eu sei, nada me resta a não ser a vontade de te encontrar. 
O motivo eu já nem sei, nem que seja só para estar ao seu lado, só pra ler no seu rosto uma mensagem de amor.

A noite eu me deito, então escuto a mensagem no ar.
Vagando entre os astros, nada me move nem me faz parar a não ser, a vontade de te encontrar.
O motivo eu já nem sei, nem que seja só para estar ao seu lado, só pra ler no seu rosto uma mensagem de amor.


Leo Jaime.


GD.

12 de março de 2012

Abra o coração.


Abrir o coração. Todos nós deveríamos fazer isso, por mais difícil que seja. Pois só quem já o fez entende a sensação de liberdade que bate dentro do peito. A vontade de sair correndo de braços abertos e se jogar completamente ao mundo.

Quando abrimos o coração nos tornamos pessoas melhores, não só ao mundo, mas a nós mesmos. Tudo fica mais bonito. As pessoas ficam mais bonitas, menos chatas, temos vontade de rir de tudo, sorrir para tudo, todos e não importamos com as pequenas coisas que antes nos faziam mal.

Ao abrir o coração nós ficamos mais bonitos. Brilhamos tanto que a inveja seca, vai embora. E sabe porque? Por que nós estamos tão bem com nós mesmos, com tudo o que está acontecendo ao nosso redor que o que vemos é o que realmente importa, as coisas ruins passam despercebidas.

Nos sentimos tão bem quando abrimos o nosso coração que por mais que as outras pessoas se contorçam por dentro ao ver a nossa felicidade, elas se remoem de vontade de brilhar com a gente.

É ao abrir o nosso coração, esquecer o que fez mal, que as coisas boas acontecem. Que conhecemos pessoas, que nos descobrimos melhores do que sempre fomos, ficamos mais confiantes e encontramos pessoas que desejam sempre a nossa presença, pois nós podemos e temos quando abrimos o nosso coração, a capacidade de fazer o outro feliz.  

Abra o seu coração. 

GD. 

5 de março de 2012

O que eu não sei o que é.


Penso que se a saudade existe é para que ela seja realmente sentida. É o que eu acho. Mas como sentir saudade de quem a gente não “conhece”? Eu não entendo. Será a maneira de pensar? Será o gosto para tudo? Será a maneira de conversar? Será o jeito de fazer sorrir quem está de cá? Ou será a minha idealização da pessoa que faz com que essa saudade, se é que isso é saudade, aconteça?

Acontecem tantas coisas estranhas por aqui, algumas tenho vontade de dividi-las, mas será que esse alguém pensa assim também? Será que se importa? Será que ele sente esse negócio que eu não sei se posso chamar de saudade? Será que tenho a minha maneira de fazer esse alguém sorrir? Ou será que a minha cabeça é tão flutuante a ponto de achar que tudo o que eu escrevi anteriormente não passar de uma mera bobagem?

O não saber é complicado, mas já me contradizendo, o que sei é que tudo isso pode ser cena desse coração vulcânico que já quis ser rifado. Quem sabe valha a pena.


GD.