GD.
19 de novembro de 2009
Signos
Palavras. São apenas elas que eu escuto. São elas que substituem cada abraço, casa sorriso. Imagem. É a presença. É ela que afaga cada centímetro de distância. Voz, um som que agora é raro. Um timbre que eu não esqueço jamais. Músicas. Relembram momentos, histórias. Todos estes signos acalmam minha alma, me deixam mais feliz, e fazem com que cada sentimento seja compreendido. Cada minuto parece uma eternidade, e o tempo parece não colaborar. Cada dia passa mais lento. O calendário está quase todo marcado. O desespero bate em cada ciclo de melancolia. E a única coisa que resta, são os dias angustiados que passam desacelerados.
13 de novembro de 2009
Linhas e Linhas
Bumbos batem forte dentro do peito. O calor é infernal. Gotas de suor escorrem pelas maçãs avermelhadas que focam meu rosto. A brisa do ar-condicionado envolve minha nuca e calafrios são provocados em meu corpo. Toda a animação é brecada pelo silêncio que percorre aquela ala tão solitária. Mais todo aquele vazio apenas meus olhos conseguiam enxergar, pois na realidade, pessoas transitavam à minha frente, conversavam ao meu redor e a única coisa que eu conseguia ver, eram as rasuras que estampavam linhas e linhas do meu pobre caderno. Meus pensamentos falhavam entre minutos e as coisas já não fluíam como antes. Resolvi então dar um “stop” naquele instante, pois eu tinha certeza que as idéias voltariam mais tarde para que eu pudesse terminar meu rascunho em paz.
GD.
9 de novembro de 2009
Por Renato Cabral - Ainda Aqui
Este é um curta metragem de um grande profissional e amigo meu, Renato Cabral.
Gostaria de dedicar a ele, esta postagem.
Parabéns Cabral. Que você seja sempre esse grande artista.
GD.
"Quando a agulha parar de tecer o tempo, quando o tempo parar de mover o ponteiro, como seria se ninguém soubesse que você um dia existiu?"
Ainda Aqui - Curta from oruminante on Vimeo.
6 de novembro de 2009
Feliz
Hoje vejo a primeira flor. Flores de uma nova estação, de um novo começo. Vejo em minha volta tudo mais contente, mais vibrante, mais azul. Vejo o céu sem fim, o sol sem medo de brilhar, o vento livre. Vejo cores. Vejo vida. Vejo amor. A paz percorre minhas veias, meus pulmões, meu olhar. Tudo a minha volta tem som. Tem harmonia. Tem carícia. Lembro da brisa que soprou meu cabelo, arrepiou a minha nuca, me fez sonhar. Lembro dos passos calmos, o acalento do caminho por onde quis passar. Hoje eu sou diferente. Sou amor. Sou fantasia. Hoje sou criança, sou dança. Esperança. Amanhã serei mais eu, mais atriz. Para no futuro lembrar de mim, aprendiz, mais feliz.
GD.
1 de novembro de 2009
Acalento
Pessoas correm a minha volta, lutando contra o relógio. Os ônibus lutam para poder passar pelas vias, onde certa aglomeração de indivíduos percorre para conseguir uma vaga dentro daquele único expresso. Estou parada ali, observando como a correria me desespera e como eu precisava de algo para me acalmar. O celular esquenta no meu bolso pedindo para ser usado. Parece até que ele já sabe do que eu preciso. Meus dedos percorrem os números, que por sinal, já estavam gravados em minha mente. Barulho. Um silêncio repentino. Batidas altas dentro de mim. Logo vem a calmaria, e o que eu precisava para me tranqüilizar, já estava fazendo efeito. Um “oi” como saudação. Uma risada para expressar vergonha. Alguns minutos se passaram, e quando me dei conta, o celular já estava em meu bolso outra vez. Queria entender o poder que aquela voz tem sobre mim. Entender o porquê de querer escutar ela quando eu preciso. Com essas perguntas eu sigo em frente, caminhando para a multidão acelerada. Mas com uma diferença. Meus passos eram um acalento para aquelas vias desesperadoras.
GD.