25 de julho de 2010

O mesmo caminho

Mais uma vez eu estou andando para o mesmo lugar, para as mesmas pessoas, para os mesmos problemas, para as mesmas perturbações, para os mesmos sussurros, para as mesmas palavras, para os mesmos momentos que eu sei que irão passar, mas parecem que fazem questão de voltar, de repetir as mesmas coisas todas às vezes. 
Por mais que eu tente seguir por outro caminho meus pés não conseguem ir adiante, parecem que tem vontade própria, e quando vejo já estou indo para o mesmo local de sempre. É como se não quisessem aprender coisas novas, pisar sobre um chão diferente, sentir prazeres diferentes, e percorrem aquela monotonia de sempre.
Então aquelas sombras da noite, aquelas pontas brilhantes, aquele infinito de calmaria  vem me fazer companhia, vem me dizer que o outro dia será melhor, que será mais bonito. E assim, meus olhos fecham para poder imaginar um novo caminho que meus pés poderão percorrer quando aprenderem que o de sempre às vezes cansa e não te ensina mais nada.

GD.

19 de julho de 2010

Literalmente Reticências...

Sinto uma coisa estranha percorrendo dentro de mim, uma sensação inexplicável. Tanta coisa pra falar, um monte de coisa pra desabafar, uma vontade de gritar, sair correndo. E a cada dia esse desespero cresce, brota como se fosse me arrancar um pedaço da pior maneira possível.
Os dias já não passam como antes, as risadas já não são como antes. Brincadeiras, conversas, músicas, sentimentos, todos já não são como antes. Porém, lutam com todas as forças para que consiga voltar. Mesmo sabendo que pode parecer impossível.
O coração já não consegue palpitar como antes, pois ele só consegue palpitar desespero. Só consegue pedir por ajuda. Sem saída ele segue com a vontade de voltar tudo ao normal. Bobo. Ele não consegue enxergar, pensar, ouvir o que o cérebro grita e tenta alertá-lo. E segue com a esperança de sempre.
É duro quando uma sensação nova é despertada e você não saber o que fazer, não saber como se comportar, não saber o que fazer a respeito, pois o que a fez florescer talvez não poderá continuar alimentando-a.  E assim, juntamente com o coração, ela segue procurando por uma saída, por uma resposta para todo esse alimento que não volta e essa saudade que não sabe mais o seu lugar.

GD.

4 de julho de 2010

Um minuto

Posso dizer que a vida não é lá como queremos que ela seja, muito menos que ela dê o que você deseja. É complicado quando sonhamos tanto com algo e não podemos ter ou não merecemos. Seria muito fácil se tudo fosse dado de mão beijada. Porém não é. Dentro de você fica sempre a vontade do bis, as lembranças. Todas as palavras, o cheiro, o gosto, o toque. Tudo o que te faz crer que no final acabará tudo bem, mesmo que isso não aconteça. A cabeça não consegue fixar em apenas um lugar. Ela viaja, relembra, vê lugares diferentes, pessoas diferentes, só que volta sempre para o mesmo lugar. Volta sempre para o que mais te chama à atenção, ao que consegue te tirar do eixo, do normal, do esperado. A boca sente, recorda cada movimento e sente falta, falta do doce, do amargo, do diferente, do surpreendente. O corpo, ele sente falta do toque, do quente, da energia, do que há de melhor do que se sente de melhor, o que te arrepia, o que te faz viajar, o que te faz esquecer que existe qualquer outro lugar, pessoas, objetos. E o sentimento, ele corrói por dentro, ele sente falta, ele se sente solitário ao ver que algo não está completo. Entre encontros e desencontros, entre boas vindas e despedidas, entre o que você necessita e não sabe quando terá de volta, o conjunto de todos os sentidos, de todas as partes clamam por um minuto. Um minuto que muda, um minuto que deseja, um minuto que fará com que tudo o que está fora se encaixe novamente, apenas um minuto.

GD.