4 de julho de 2010

Um minuto

Posso dizer que a vida não é lá como queremos que ela seja, muito menos que ela dê o que você deseja. É complicado quando sonhamos tanto com algo e não podemos ter ou não merecemos. Seria muito fácil se tudo fosse dado de mão beijada. Porém não é. Dentro de você fica sempre a vontade do bis, as lembranças. Todas as palavras, o cheiro, o gosto, o toque. Tudo o que te faz crer que no final acabará tudo bem, mesmo que isso não aconteça. A cabeça não consegue fixar em apenas um lugar. Ela viaja, relembra, vê lugares diferentes, pessoas diferentes, só que volta sempre para o mesmo lugar. Volta sempre para o que mais te chama à atenção, ao que consegue te tirar do eixo, do normal, do esperado. A boca sente, recorda cada movimento e sente falta, falta do doce, do amargo, do diferente, do surpreendente. O corpo, ele sente falta do toque, do quente, da energia, do que há de melhor do que se sente de melhor, o que te arrepia, o que te faz viajar, o que te faz esquecer que existe qualquer outro lugar, pessoas, objetos. E o sentimento, ele corrói por dentro, ele sente falta, ele se sente solitário ao ver que algo não está completo. Entre encontros e desencontros, entre boas vindas e despedidas, entre o que você necessita e não sabe quando terá de volta, o conjunto de todos os sentidos, de todas as partes clamam por um minuto. Um minuto que muda, um minuto que deseja, um minuto que fará com que tudo o que está fora se encaixe novamente, apenas um minuto.

GD.