31 de janeiro de 2011

Madrugada

O relógio soa tarde, o sono vem me perturbar, mas a única vontade que tenho é de deixar escorrer por meu rosto o alívio e o medo de perder. Meu coração acelerado e indeciso pulsando forte faz com que o laço do pijama dê pequenas trepidadas como se fosse ser arrancado e jogado para longe.
Por mais forças que eu tenha, por trás de um sorriso bobo e palhaço esconde um outro amargurado e caído para o lado. Deixo meus olhos transparecerem a vontade avassaladora de gritar tentando esconder. Por um lado tenho sorte, pois apenas as pessoas que me olham profundamente saberão do pranto escondido atrás das minhas pupilas dilaceradas. Por outro tenho garra, pois o que não me derruba, mas tenta acabar comigo, carrega consigo o poder de me fazer mais forte o suficiente para não deixar pequenos riachos inundarem as maças do meu rosto, nem molhar o papel que por poucos minutos serviu como refúgio a uma mão sedenta por letras e uma alma querosa por tranqüilidade em mais uma noite, entre tantas outras, procurando por um papel com respostas que jamais foram encontradas.

GD.