30 de maio de 2012

Procura-se felicidade alheia.


Às vezes, paro para pensar em como as pessoas se comportam. E refletindo sobre os últimos acontecimentos do cotidiano me questionei sobre o espanto das pessoas ao verem você vibrar pela felicidade alheia. Parece que é algum tipo de crime desejar o bem de alguém. As ações de dividir e compartilhar nós aprendemos dentro de casa e na escola desde pequenos, pelo menos comigo sempre foi assim. Aprendi que repartir não é apenas ser educado, mas doar uma parcela sua e ser feliz com alguém, em dobro ou triplo e assim por diante.

O egoísmo reina. Roubar a felicidade dos outros, não querer o bem de outra pessoa virou hobby. Não estou generalizando, cada um com o seu problema, mas nunca existirá um culpado. Vejo isso como uma massa de bolo, onde você mistura uma colher de sopa de dificuldade do ser humano com três xícaras de egoísmo e uma pitada de comodismo. Coloca para assar. A massa cresce e quando você abre o forno, ele murcha e sola. Você fica puto, pois fez com tanto amor e carinho, só que, ao contrário do que esperava, não poderá comê-lo, afinal todos os ingredientes estavam podres e você não se deu ao trabalho de olhar a data de validade. No final, a culpa é dos ingredientes e não do chefe de cozinha. 

GD.

24 de maio de 2012

Eu fui mais eu.

Queria escrever, embora me faltem algumas palavras. Mas, eu fui mais eu, eu fui eu, sempre, independente de clima, posição lunar ou inferno astral. Independente dos meus dias de tristeza ou dos meus dias de imensa felicidade. Fui eu, em cada palavra, cada piscadela, cada coçada de nariz quando ficava ansiosa, em cada dor no estomago, que se pudesse nomeá-las como tremores teria derrubado mais da metade das geleiras polares. Eu fui eu, em cada música, em cada risada pelo canto da boca, em cada brincadeira sem graça, em cada carinho, aperto de mão, até quando insistia em acariciar as pontas dos seus dedos. Fui eu em cada olho dentro do olho, em cada preocupação, em cada carinho acima da orelha, em cada aperto no queixo, na minha intensidade e exagero. Eu fui eu em cada risada sua, simplesmente por ser eu, por querer ser sempre eu quando eu mesma não imaginasse que pudesse ser. Mas fui. 

GD.

21 de maio de 2012

Sentado à beira do caminho.

Eu não posso mais ficar aqui a esperar que um dia de repente você volte para mim. Vejo caminhões e carros apressados a passar por mim, estou sentado à beira de um caminho que não tem mais fim. Preciso acabar logo com isso, preciso lembrar que eu existo. Meu olhar se perde na poeira desta estrada triste, onde a tristeza e a saudade de você ainda existem. E esse sol que queima no meu rosto, um resto de esperança de ao menos ver de perto seu olhar que eu guardo na lembrança. Preciso acabar logo com isso, preciso lembrar que eu existo. Vem a chuva molha o meu rosto e então eu choro tanto, minhas lágrimas e os pingos dessa chuva se confundem com meu pranto. Olho pra mim mesmo, me procuro e não encontro nada, sou um pobre resto de esperança à beira de uma estrada. Carros, caminhões, poeira, estrada, tudo, tudo se confunde em minha mente. Minha sombra me acompanha e vê que eu estou morrendo lentamente. Só você não vê que eu não posso mais ficar aqui sozinho esperando a vida inteira por você, sentado à beira do caminho.


Erasmo Carlos e Roberto Carlos.


GD.

9 de maio de 2012

Se contarmos.


Se contarmos todas as palavras que trocamos
Daria para escrever um bom romance
Eu nem te conhecia e contei meus absurdos
Tu nem me conhecia e contou teus muitos planos
Se contarmos todos os olhares que trocamos
Daria para encher um lago inteiro
Eu nem te conhecia e contei o meu passado
Tu nem me conhecia e contou teu desespero
Se contarmos todos os silêncios que trocamos
Daria para povoar um edifício
Eu nem te conhecia e contei meus vinte anos
Tu nem me conhecia e contou teus sacrifícios
Se contarmos todas as fantasias que trocamos
Daria pra dizer que amantes fomos
Mas o amor exige beijos e abraços
E não reconheceu o nosso encanto.

Martha Medeiros

GD.

7 de maio de 2012

Lamento.


A verdade é que é uma pena que existam por aí tantas pessoas que se acomodem com carinhos e abraços que não as completam, que passam por simplesmente passar, que optam pelo silêncio e se esquecem do que realmente importa, aquilo que as faz felizes. E como tudo o que se faz nesta vida é uma questão de escolha, é realmente triste saber que você simplesmente poderia ter escolhido o lugar certo para ficar, porém, escolheu o que talvez não dê um terço do que outro alguém estaria disposto a dar.

Não sei o que pesa na hora de fazer uma escolha, mas sei que perdemos a oportunidade de fazer a certa por medo, por puro comodismo, por não ter um pulso firme, às vezes, quem sabe por não querer magoar outra pessoa, mas convenhamos, será que vale tanto a pena abrir mão de pensar em você, na sua felicidade para ver um outro alguém feliz? Será que vale tanto a pena assim? Mesmo sabendo que você pode se arrepender depois por não ter seguido um caminho diferente? E será que ao se arrepender dá para voltar atrás? Não sei, eu realmente não sei.

Lamento todas as histórias que ficaram borradas pelo caminho, pelos desejos frustrados, pelas fantasias desmontadas, pela força e vontade de fazer diferente, ser diferente, único. Infelizmente às vezes precisamos aceitar que as coisas são simplesmente dessa forma, que são como são e que não há nada que possamos fazer, apesar de nossas infindáveis tentativas de querer fazer com que tudo fosse completamente diferente.


GD.