2 de setembro de 2011

Gravity.


Dica: Leia o texto escutando essa música.

Olhar para o lado e não ver ninguém. Foi exatamente esta a sensação que percorreu todos os sentidos do meu corpo logo ao acordar. A sensação do vazio, do nada, do seco e não ter para onde correr.  A gravidade me puxando para baixo, exatamente para baixo.

Dentro da cabeça milhares de acontecimentos. Uns distantes, outros próximos e alguns talvez nunca cheguem a acontecer. E com os olhos fechados um abismo se abre e a sensação de queda transpassa meu corpo como música.

Posso sentir cada nota, timbre e toda melodia. E cada crescer da música é uma mão a girar pela nuca e fazer com que meu corpo ainda em queda, dance. O coração bate, marca o tempo e guia todo o pensamento.

Dias, semanas, anos se passam. Flashes. A vontade de gritar, o desespero de uma alma tentando voltar ao seu estado normal, mas a batida não para, ela me leva, arrasta e faz cair cada gota de lágrima pelo rosto.

Em um instante os olhos se abrem, o vazio permanece e a única certeza que tenho é a vontade de ficar acordada, encontrar uma maneira de preencher o buraco que foi cavado dentro peito e fazer com que a cicatrização seja rápida e indolor. 


GD.