27 de março de 2012

É aquele calafrio.


Um calafrio bom, de coisa boa, mas também um calafrio de “o que está acontecendo comigo”. Normalmente não entendemos o arrepio que dá nos braços, coluna, nuca e faz com que tudo se estremeça, como se um terremoto estivesse a começar e não parar jamais. É aquele calafrio, o que se sente quando a vontade e o desconhecido avançam através de todos como uma manada de elefantes prontos para passar por cima de tudo o que estiver pela frente. É aquele calafrio, que deixa a perna trêmula como se fosse uma parte do corpo que você não pode controlar, que não sabe o que está fazendo e é quase capaz de perfurar o chão. É aquele calafrio, que gela a mão e faz com que ela, como se estivesse acabado de ser lavada, pingue e você já não têm mais toalhas para secá-la. É aquele calafrio, que aperta o estomago, faz com que ele revire, com que ele sinta trezentas borboletas batendo asas freneticamente dentro dele até você perder a fome. É aquele calafrio, que te faz sorrir pelo canto da boca.

GD.