21 de dezembro de 2012

De onde vem?


Que um dia eu consiga entender como esse negócio de sentimento funciona. Se ele vem do coração ou do que chamamos de cérebro. De onde ele realmente vem? Estranho quando dizem que a gente sente com o coração sendo que tudo o que fazemos é com a cabeça. Até as escolhas mais estúpidas como simplesmente deixar tudo passar. Vou seguir meu coração. Eu realmente não entendo. Posso estar falando muita bobeira, mas eu realmente gostaria de ter uma explicação para o que chamamos de gostar de alguém, seja em forma de amizade ou mais forte mesmo, gostar para ter. Ou, ter uma explicação do porque o coração bater tão forte assim mesmo sabendo que você é a única pessoa que se sente assim, que acredita em uma coisa que não tem volta, que já teve um fim.

GD. 

7 de dezembro de 2012

Espero por você.


Entrei pelo corredor seguindo a linha vermelha como foi dito na portaria. No primeiro corredor sentia meu corpo tremendo por dentro, como se a qualquer momento tudo fosse desmoronar. Mas segui. Cheguei ao portão onde as iniciais “K/L” estavam escritas. Por segundos senti medo, de abrir, de entrar e do que eu iria ver. Juntei todas as minhas forças e fui.

Um soco no estômago, uma fincada pelas costas. Eu nunca, durante todos os anos da minha vida, pensei que fosse te ver naquela situação. Uma pele branquinha, como se não tomasse sol há muito tempo. Os olhos fechados em um sono profundo. A respiração pesada, porém calma e ao mesmo tempo fraca. Levei a mão em sua cabeça na esperança que você pudesse me sentir. Minha respiração ficou mais forte, minha garganta se fechou, como se um grito estivesse pronto para sair. Chorei. Desabei. Meu rosto em poucos estantes estava coberto por água. A mão um pouco tremula deslizando sobre a sua cabeça. A outra tentando evitar com que mais lágrimas se espalhassem por todos os lados.

Você estava lá, tão frágil, tão vulnerável como eu nunca o imaginei ver. A pessoa que mais me ensinou a ser forte deitada ali, imóvel. Eu procurei palavras para lhe falar e que descrevessem sua presença durante toda a minha vida, porém o que conseguiu sair dentre tantos sentimentos foram: obrigada, eu te amo, nos vemos em breve e fica com Deus.

Dei o último suspiro, fiz o último carinho, dei um beijo, apertei a sua mão e saí, como se fosse uma fugitiva, porém fugindo dos meus sentimentos e dos meus próprios medos. A cada passo mais distante de você, de mim, do não me conformar e perto da mais estranha sensação de te deixar estar em paz.
Espero te ver aqui fora, vovô.

GD. 

7 de novembro de 2012

360º

Dentre uma das coisas que pude reparar na vida é que tudo tem um fim e esse fim termina em um novo começo. Seja lá o que for que esteja acontecendo, vai acabar e vai começar outra vez. É um giro de trezentos e sessenta graus completo. Com pequenas paradas, mas que termina no mesmo lugar em que começou: no início. São ideias tortas, embaralhadas, mas que fazem sentido. Pelo menos a meu ver.

Já aconteceu comigo e com certeza com você também. Aquela felicidade de começar, o êxtase de permanecer, a tristeza de terminar e a incerteza de não saber depois por onde caminhar. Até que você desiste, depois de muito se mutilar por dentro e perceber que a incerteza não te levará a lugar algum. Então chega a melhor parte, a que você vive. Vive por você, para você e para fazer você e as pessoas que você gosta felizes. Uma sensação de liberdade, onde nada poderá te atrapalhar, ninguém poderá te deter.

Eu sei que você conhece esse sentimento, assim como eu, de que algo começou ou está acontecendo ou terminou na sua vida. E você está aí, respirando e vivendo cada momento, com todas as felicidades, constâncias, inconstâncias, tristezas e incertezas.

Sabe, mesmo com esse tumulto de acontecimentos, o melhor de tudo é não esperar. Sempre me disseram isso: “não espera que o que é seu, vem”. Eu sempre preferi acreditar que não, mas vem, quando você estiver distraído, olhando para o além e imaginando como seria se você pegasse um sol no final de semana, naquele domingo.

E o próximo giro de trezentos e sessenta graus começa outra vez.

GD.

12 de setembro de 2012

No mesmo lugar.


Sabe o que eu queria de verdade? Poder olhar dentro dos seus olhos e dizer todas as palavras que estão entaladas dentro da minha garganta. Aquelas que por respeito, a mim e a outro alguém, me bloqueiam e não me deixam fazer com que saiam com toda a força que cada letra que as constrói possui. Seria talvez jogar tudo para o alto, sem pensar em mais ninguém, apenas no “eu ser feliz” - o que venho tentando ser a certo tempo, não que eu não seja, mas tentando ser completa. Tenho a mania de pensar no outro. Nesse sentido, então, estupida.

Sabe, acho que tudo isso é fraqueza. Às vezes pelos tantos tijolos que construí fora de mim e que me impedem de sair. Se eu tento destruí-los? Todos os dias. Porém, o cansaço não é um dos melhores sentimentos para se lidar, principalmente quando ele caminha ao lado do medo. Mas, algumas coisas já foram ditas, alguns tijolos já foram quebrados. Tenho agora um buraco por onde posso apenas olhar o caminhar, o passar das horas, dos dias, e fazer o que tenho feito constantemente, esperar.

Perguntaram-me se após ter caído no poço teriam me jogado uma escada. Minha vontade era gritar que sim, porém é complexo mentir. Pra si mesmo, masoquismo. Estou aqui, sentada no mesmo canto de antes, observando o céu. É o que me resta até o dia em que a escada chegar. E espero que chegue logo.
No mais, sigo cantarolando: “E eu ainda me sinto assim. Talvez seja o fastio, esse reflexo tão denso que não me deixa em paz. E no espelho eu ainda encontro mais peso do que na verdade eu possa suportar. E quase o mundo mais pesado do que eu possa carregar preso a um espelho entre o abismo e o terreno. E bem lá no fundo, um ser quase imundo. E eu ainda me sinto assim, fruto do sonho e do medo, preso até onde meus pés consigam me levar.”

GD.

30 de agosto de 2012

Murmúrio


Hoje só quero o murmúrio do canto da noite que vem me embalar. Quero escutar a saudade que tem tanta coisa pra me revelar, lembrar que te amei muito mais do que é permitido em uma ilusão e preencher o vazio, com tudo, que dita o meu coração.
Hoje só quero o murmúrio da brisa macia que vem lá do mar. Quero seguir o caminho do tempo que passa pra não mais voltar, cantar e quem sabe chorar tudo quanto ganhei, tudo quanto perdi, relembrar amores que vivi.
Há quanto tempo que eu vivo a buscar solidão. Loucuras fiz a me enganar, a me perder sem razão. Hoje só quero poder relembrar sob o clarão do luar, tudo que sofri sem reclamar.
Casuarina
GD.

20 de agosto de 2012

Caí, outra vez.


E quando você pensa que tudo irá melhorar, cavam mais um buraco embaixo de você. E você cai. Cai sem ter qualquer lugar para se segurar, para não bater no fundo vazio que você conhece tão bem.  Já consegui sair de lá, mas cada vez é diferente. E convenhamos, nunca é bom cair.

Quando você está no buraco, mania das pessoas acharem que você tem que ficar bem, estar bem. Pudera eu ser feliz todos os dias. Aparento sim, tento não passar os meus problemas para frente, afinal todos nós já temos problemas demais. Por isso, quando consigo, estampo no rosto um sorriso falso, uma alegria falsa, para fazer de conta que está tudo bem, mesmo sentada no canto do fundo do poço.

Não pergunte se está tudo bem, pois não está. Apenas me deixe sentada, com os braços envoltos no joelho e lembre-se do sorriso falso que dei para não te preocupar. 

GD. 

11 de agosto de 2012

Peripécias com pitada de encantamento.

Antes de dormir quero compartilhar algo que presenciei. Já eram vinte e três horas de uma sexta-feira interminável. Mais um dia de trabalho acrescentado de vida acadêmica. Como um ritual de todos os dias eu estava sentada em um banco esperando o expresso passar para voltar para casa. Um momento só meu, onde coloco a cabeça no lugar e penso desde os meus sonhos inalcançáveis até o que teremos para jantar no dia seguinte. Por mais longe que minha cabeça pudesse estar observei um casal no meio da multidão e algo me chamou a atenção, eles dançavam. E não importava quem estava passando por ali. No meio da multidão estavam os dois, apenas os dois, com uma música que apenas eles escutavam. Uma melodia que apenas eles conseguiam entender, através de passos quase perfeitos e giros improvisados. Uma dança que entendi como um samba de gafieira que existia ali, apenas para eles. 
Acho que amar é isso, é encarar a loucura do outro como a sua loucura também, como uma troca, onde apenas ser feliz é o que importa. Me encantei com aquele casal despreocupado.



GD.

6 de agosto de 2012

Café, flores ou outra coisa.


Vivemos com o medo e pelo medo de não sermos felizes.
A gente cria armas e escudos contra tudo que pede o coração, porque as vezes são os pedidos dele que nos trás o temor de não alcançar as vontades demandadas por ele, que por muitas vezes, são as que nos levam a tão almejada felicidade, ou pelo menos para parte dela.
Dizemos por aí que queremos ser independentes, que não precisamos de ninguém, passamos nosso melhor perfume e tomamos um porre depois de uma desilusão amorosa, só para poder dizer a si que aquela felicidade fast-food é real. E sabemos que não é. Dizemos que somos machistas, feministas e auto suficientes porque temos medo de amar e medo de não sermos amados. E como diria Chico: “ter medo de amar não faz ninguém feliz”.
Vou dizer em primeira pessoa, concorde e tome para si quem quiser. Quero acordar e dormir com um bom dia e boa noite, escrito ou falado. Eu queria cafés da manhã na cama, receber flores bem escolhidas sem motivo especial ou qualquer outra coisinha que simplesmente mostre que em algum momento da rotina da pessoa amada, sua presença se fez forte a ponto de transformar-se em demonstração palpável.
Gosto de palavras, de frases, de beijos derradeiros, do amor falado e demonstrado, de taças, jantares, edredons, perfumes, enfim, gosto do amor com cama, mesa e banho. 
Ainda que dura, temerosa e covarde, assumo o nó na garganta que me dá com meus anseios de pequenos momentos por contos de fadas na vida real. 
Afinal não há nada que demonstre tanto que um coração é fraco quanto o excesso de armaduras que ele usa.


Texto: Amanda Magnino - Tumblr: Go Amanda Go!

GD.


23 de julho de 2012

Dias exaustivos.


Me mande mentalmente coisas boas. Estou tendo uns dias difíceis mas nada, nada de grave. Dias escuros sem sorrisos, sem risadas de verdade. Dias tristes, vontade de fazer nada, só dormir. Dormir porque o mundo dos sonhos é melhor, porque meus desejos valem de algo. Dormir porque não há tormentos enquanto sonho, e eu posso tornar tudo realidade. Quando acordo, vejo que meus sonhos não passam disso, sonhos. E é assim que cada dia começa: desejando que não tivesse começando, desejando viver no mundo dos sonhos, ou transformar meu mundo real num lugar que eu possa viver, não sobreviver.

Caio Fernando Abreu.

GD.

20 de julho de 2012

Aquática


Ah se eu pudesse compreender por que sonho com você. Te querer sem te tocar, pensar sem te dizer. Não te conheço além daqui, meu pensamento é quem te fez. Não quero mais ter de acordar e te perder. Deixa eu tentar te encontrar, que essa noite é bem melhor do que todo amanhecer. Deixa eu deitar com você, que a noite é bem melhor quando eu sonho com você. Ah se não fosse o amanhecer e você ficasse aqui, eu podia te mostrar tudo que eu guardei pra ti. Já não da mais pra colar todos os cacos no lugar sem me perder em tantas peças pra juntar. Deixa eu tentar te encontrar. 
GD.

17 de julho de 2012

Faça você o tempo.


É aquela hora que te bate um desespero, te dá vontade de passar por cima de tudo o que você disse e simplesmente fazer o que coração quer. Como se fosse fácil respeitar essa vontade sem ter um cérebro no comando. Depois de tentar, de quase implorar. Não deu. E é por isso que tantas barreiras se construíram, sem deixar passar nada, bloqueando todas as possibilidades de me deixar tentar outra vez. Mas por que eu? Por que apenas um lado? Por que só o meu esforço? Se ainda há tempo? Pergunte a você mesmo depois de lembrar todas as palavras que lhe foram ditas. Faça você esse tempo. E se fizer, faça-o valer a pena.

GD. 

28 de junho de 2012

Para não desaparecer.


E vão te esquecendo aos poucos, como aquela música que tocava repetidamente e hoje é uma melodia perdida dentro da cabeça. Assim como aquela voz que antes tanto se escutava e hoje não se lembra mais o tom. Como aquelas mensagens que antes apareciam todos os dias na tela do celular e hoje é preciso de esforço para que elas apareçam. Assim como aquelas risadas que demoravam a passar e hoje elas não sabem por onde ou como começar. Como aquela vontade de compartilhar algo que te faz bem, mas que hoje é preciso cuidado para que, ao compartilhar, não te faça mal. Assim como todos os segredos contados, que antes pareciam confidenciais e hoje estão guardados e trancados na memória. Como todos os carinhos trocados, que antes traziam aconchego e agora para senti-los é preciso fechar os olhos. Assim como antes a companhia era uma calmaria e hoje o não tê-la é aquela tempestade em alto mar. Como antes você era uma presença constante e hoje é apenas uma lembrança. E vão te esquecendo aos poucos. E você lutando contra, lutando para não desaparecer. 


GD.

12 de junho de 2012

Mesmo sem entender.


Falar de religião é uma coisa tão complicada, há sempre confrontos sobre o que é certo e errado, mas na realidade não existe o certo ou o errado, existem pessoas que creem em algo maior que lhes dá forças. Ou existem pessoas que não creem, ponto. Porém, particularmente falando, acho que cada um precisa acreditar em algo ou ter alguém do lado para confiar e dar apoio. E não venha me dizer que você dá conta de carregar tudo sozinho, pois não dá, o peso às vezes extrapola e ter alguém do lado, sempre, repito, sempre ajuda. O mais engraçado é que a ajuda às vezes vem sem você esperar, e uma palavra ou um gesto de alguém que queira o seu bem muda tudo. Hoje, recebi uma música e nela tinha tudo o que eu queria escutar e precisava falar. Nunca fui de escutar músicas que falam de Deus explicitamente, algumas vezes elas me incomodam, não vou mentir. Só que paguei língua, pois gostei. E não gostei apenas do que ouvi, gostei de me surpreender. Por isso, eu espero que mais alguém, além de eu mesma, se surpreenda.

“Deus, mesmo que eu não consiga entender e queira tudo do meu jeito, eu até choro e às vezes até chego a dizer, por que é que tem que ser tão difícil pra mim, parece que é difícil só pra mim, eu sei, Seus pensamentos são mais altos que os meus, o Teu caminho é melhor do que o meu, Tua visão vai além do que eu vejo, o senhor sabe exatamente o que é melhor pra mim. E mesmo que eu não entenda o Seu caminho, eu confio. E, Deus, porque sou tão pequenino assim? Vou ficar quietinho aqui em Seu colo esperando o tempo certo de tudo, porque eu sei que vais cuidar de mim, e o Seu melhor está por vir, eu sei que é o melhor pra mim, mesmo sem entender.” - Thalles Roberto
GD.

30 de maio de 2012

Procura-se felicidade alheia.


Às vezes, paro para pensar em como as pessoas se comportam. E refletindo sobre os últimos acontecimentos do cotidiano me questionei sobre o espanto das pessoas ao verem você vibrar pela felicidade alheia. Parece que é algum tipo de crime desejar o bem de alguém. As ações de dividir e compartilhar nós aprendemos dentro de casa e na escola desde pequenos, pelo menos comigo sempre foi assim. Aprendi que repartir não é apenas ser educado, mas doar uma parcela sua e ser feliz com alguém, em dobro ou triplo e assim por diante.

O egoísmo reina. Roubar a felicidade dos outros, não querer o bem de outra pessoa virou hobby. Não estou generalizando, cada um com o seu problema, mas nunca existirá um culpado. Vejo isso como uma massa de bolo, onde você mistura uma colher de sopa de dificuldade do ser humano com três xícaras de egoísmo e uma pitada de comodismo. Coloca para assar. A massa cresce e quando você abre o forno, ele murcha e sola. Você fica puto, pois fez com tanto amor e carinho, só que, ao contrário do que esperava, não poderá comê-lo, afinal todos os ingredientes estavam podres e você não se deu ao trabalho de olhar a data de validade. No final, a culpa é dos ingredientes e não do chefe de cozinha. 

GD.

24 de maio de 2012

Eu fui mais eu.

Queria escrever, embora me faltem algumas palavras. Mas, eu fui mais eu, eu fui eu, sempre, independente de clima, posição lunar ou inferno astral. Independente dos meus dias de tristeza ou dos meus dias de imensa felicidade. Fui eu, em cada palavra, cada piscadela, cada coçada de nariz quando ficava ansiosa, em cada dor no estomago, que se pudesse nomeá-las como tremores teria derrubado mais da metade das geleiras polares. Eu fui eu, em cada música, em cada risada pelo canto da boca, em cada brincadeira sem graça, em cada carinho, aperto de mão, até quando insistia em acariciar as pontas dos seus dedos. Fui eu em cada olho dentro do olho, em cada preocupação, em cada carinho acima da orelha, em cada aperto no queixo, na minha intensidade e exagero. Eu fui eu em cada risada sua, simplesmente por ser eu, por querer ser sempre eu quando eu mesma não imaginasse que pudesse ser. Mas fui. 

GD.

21 de maio de 2012

Sentado à beira do caminho.

Eu não posso mais ficar aqui a esperar que um dia de repente você volte para mim. Vejo caminhões e carros apressados a passar por mim, estou sentado à beira de um caminho que não tem mais fim. Preciso acabar logo com isso, preciso lembrar que eu existo. Meu olhar se perde na poeira desta estrada triste, onde a tristeza e a saudade de você ainda existem. E esse sol que queima no meu rosto, um resto de esperança de ao menos ver de perto seu olhar que eu guardo na lembrança. Preciso acabar logo com isso, preciso lembrar que eu existo. Vem a chuva molha o meu rosto e então eu choro tanto, minhas lágrimas e os pingos dessa chuva se confundem com meu pranto. Olho pra mim mesmo, me procuro e não encontro nada, sou um pobre resto de esperança à beira de uma estrada. Carros, caminhões, poeira, estrada, tudo, tudo se confunde em minha mente. Minha sombra me acompanha e vê que eu estou morrendo lentamente. Só você não vê que eu não posso mais ficar aqui sozinho esperando a vida inteira por você, sentado à beira do caminho.


Erasmo Carlos e Roberto Carlos.


GD.

9 de maio de 2012

Se contarmos.


Se contarmos todas as palavras que trocamos
Daria para escrever um bom romance
Eu nem te conhecia e contei meus absurdos
Tu nem me conhecia e contou teus muitos planos
Se contarmos todos os olhares que trocamos
Daria para encher um lago inteiro
Eu nem te conhecia e contei o meu passado
Tu nem me conhecia e contou teu desespero
Se contarmos todos os silêncios que trocamos
Daria para povoar um edifício
Eu nem te conhecia e contei meus vinte anos
Tu nem me conhecia e contou teus sacrifícios
Se contarmos todas as fantasias que trocamos
Daria pra dizer que amantes fomos
Mas o amor exige beijos e abraços
E não reconheceu o nosso encanto.

Martha Medeiros

GD.

7 de maio de 2012

Lamento.


A verdade é que é uma pena que existam por aí tantas pessoas que se acomodem com carinhos e abraços que não as completam, que passam por simplesmente passar, que optam pelo silêncio e se esquecem do que realmente importa, aquilo que as faz felizes. E como tudo o que se faz nesta vida é uma questão de escolha, é realmente triste saber que você simplesmente poderia ter escolhido o lugar certo para ficar, porém, escolheu o que talvez não dê um terço do que outro alguém estaria disposto a dar.

Não sei o que pesa na hora de fazer uma escolha, mas sei que perdemos a oportunidade de fazer a certa por medo, por puro comodismo, por não ter um pulso firme, às vezes, quem sabe por não querer magoar outra pessoa, mas convenhamos, será que vale tanto a pena abrir mão de pensar em você, na sua felicidade para ver um outro alguém feliz? Será que vale tanto a pena assim? Mesmo sabendo que você pode se arrepender depois por não ter seguido um caminho diferente? E será que ao se arrepender dá para voltar atrás? Não sei, eu realmente não sei.

Lamento todas as histórias que ficaram borradas pelo caminho, pelos desejos frustrados, pelas fantasias desmontadas, pela força e vontade de fazer diferente, ser diferente, único. Infelizmente às vezes precisamos aceitar que as coisas são simplesmente dessa forma, que são como são e que não há nada que possamos fazer, apesar de nossas infindáveis tentativas de querer fazer com que tudo fosse completamente diferente.


GD. 

21 de abril de 2012

Engraçado esse negócio de ter fé.

Sempre acreditei em Deus. Acredito em algo maior, em quem confiar, me abrir, me segurar quando eu não estiver mais com as pernas boas para ficar de pé. Sempre agradeci por tudo, pela família, pela saúde da mesma, pela minha felicidade e de todos ao meu redor que eu tanto gosto. Mas crer não é simplesmente uma resposta, é uma pergunta que cresce a cada dia que passa, pois infelizmente chega uma hora em que você se questiona: por que está acontecendo isso comigo? 

Você bate a cara no muro pela décima vez e parece que não tem outro caminho, sempre para trás e para frente. Não existe uma curva em que você possa entrar e ver a sua vida mudar repentinamente. São sempre os mesmos acontecimentos, a mesma história e o tão conhecido efeito dominó. Você toma todo o cuidado para não derrubar a primeira peça, mas sem querer a encosta e todas as outras começam a cair em uma velocidade que, você pode tentar, mas não vai conseguir pará-las. Então você se espreme para entender o porque de tudo outra vez, o mesmo murro na ponta de uma faca que não deveria estar mais ali. 

E vem a frase que tudo melhora superficialmente: “uma hora vai dar certo”. Que hora? Que dia? Em que lugar? Vai dar certo da mesma maneira em que começamos todas as vezes para dar errado sempre no mesmo horário, nos mesmos dias contados? E você continua com a esperança de que um dia algo maior vai te dar uma brecha e a sua hora irá chegar. Engraçado esse negócio de ter fé. 

GD.

16 de abril de 2012

Impasse.


Inconciliáveis. Nesse amor de rotações incontornáveis fomos dois cortando os dedos na colheita. Somos dois que não merecem solidão.
Inacreditáveis. Mesmo dias ocos de humores instáveis logo vinham peripécias, malabares. Somos nem sombra difusa de um verão.
Que o nó que emperra e barra a vida à vera é o mesmo que nos ata um ao outro em comunhão. Que surge a indecisão que dilacera e ela regenera a esperança sem razão. Que fica um tal de só dizer "quem dera" e o desenlace desse impasse vai além de onde a vista alcança.
Só resta dizer: fique firme tenha fé, mesmo que em nada dê. Tudo ainda está de pé, tudo está para nascer. Fique forte, firme o pé. Tudo dá em algum lugar, mesmo se o olho não vê, tudo ainda vai brotar. E o desenlace desse impasse, Deus conceda que termine em valsa. Só resta dizer.
5 a Seco

GD.

12 de abril de 2012

A espera.


Se eu disser para você vir será que vem? Sem pensar assim, apenas vir com vontade, simples assim? Eu não queria fazer tantas perguntas, queria apenas as respostas para cada uma delas, mas como responder sem perguntar? Então vou gritar baixinho, só para você escutar que estarei debruçada na janela de qualquer casa, na porta de qualquer lugar esperando que você venha para me encontrar e para que eu, com o coração a disparar, abra um sorriso que apenas a sua presença sabe me dar.
Estarei ali, logo ali, a te esperar.



GD. 

5 de abril de 2012

Mudou o que?

Como se mudei mudasse tudo.
Mudou o que?
A roupa?
O cabelo?
A maneira de conversar?
A maneira de ver as coisas?
Mudou o que?
A gaveta do criado-mudo?
A maneira de arrumar a cama?
O lado de colocar os sapatos?
A mão de escovar os dentes?
Mudou o que em você?
Começou a cumprimentar as pessoas?
Dar um sorriso de manhã?
Parou de falar palavrão?
De fazer drama?
De ser chato?
Parou de fumar?
Parou de beber?
Começou a correr?
Melhorou a sua saúde?
Mas mudou o que ao seu redor?
Mudou o que de você nas pessoas?
Mudou o que em você?
Mudou nada!


GD.

27 de março de 2012

É aquele calafrio.


Um calafrio bom, de coisa boa, mas também um calafrio de “o que está acontecendo comigo”. Normalmente não entendemos o arrepio que dá nos braços, coluna, nuca e faz com que tudo se estremeça, como se um terremoto estivesse a começar e não parar jamais. É aquele calafrio, o que se sente quando a vontade e o desconhecido avançam através de todos como uma manada de elefantes prontos para passar por cima de tudo o que estiver pela frente. É aquele calafrio, que deixa a perna trêmula como se fosse uma parte do corpo que você não pode controlar, que não sabe o que está fazendo e é quase capaz de perfurar o chão. É aquele calafrio, que gela a mão e faz com que ela, como se estivesse acabado de ser lavada, pingue e você já não têm mais toalhas para secá-la. É aquele calafrio, que aperta o estomago, faz com que ele revire, com que ele sinta trezentas borboletas batendo asas freneticamente dentro dele até você perder a fome. É aquele calafrio, que te faz sorrir pelo canto da boca.

GD.  

23 de março de 2012

Fizeram a gente acreditar.

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém. 


John Lennon. 

GD.

16 de março de 2012

Então, venha.


Acordei. Ainda é tarde e a minha cabeça não consegue parar de funcionar, de pensar, de tentar entender coisas que certamente não foram feitas para serem entendidas, mas sentidas. É aquele sentimento de impotência, de parecer tão pequena, tão incapaz de expressar os meus próprios sentimentos. A cama parece tão grande e certamente falta o alguém para preencher esse lugar, mas eu vou ter que voltar a dormir, eu não tenho outra alternativa que não seja dormir, acordar e seguir.

Medo. O medo de não passar de um mero presente bom, de um futuro incerto, de um passado que não existe, e passará a existir apenas em lembranças, talvez. Arrependimento. De não tentar, de saber que as coisas são tão fáceis e que um simples querer pode mudar o seu futuro, pra sempre.

Dúvida. Vou me arrastando, passo atrás de passo apenas assistindo o tempo passar por trás e pela frente de uma tela que reflete o que eu nunca escutei, apenas vi ali parado no tempo de um tempo qualquer, que tenho vontade de escutar, talvez se me deixar escutar, tocar quem sabe uma vez. Uma tela que em certos momentos se transforma na melhor visão, no melhor sentimento, no que eu procuro há tanto tempo, mas que está tão longe, em outro lugar.

Poder. Querer é poder. É poder mudar tudo e construir o tudo que você sempre imaginou. Eu sei, eu posso, mas me resta coragem. Falta o conhecer de duas partes. Resta o recíproco. Resta apenas um “venha”, um “cheguei” pra me prender, te prender pra nunca mais soltar. Por que eu sei, você sabe, nós sabemos. Eu posso, você pode, nós podemos.

Dormi.


GD.

15 de março de 2012

Uma mensagem de amor.


Os livros na estante já não tem mais tanta importância. 
Do muito que eu li, do pouco que eu sei, nada me resta a não ser a vontade de te encontrar. 
O motivo eu já nem sei, nem que seja só para estar ao seu lado, só pra ler no seu rosto uma mensagem de amor.

A noite eu me deito, então escuto a mensagem no ar.
Vagando entre os astros, nada me move nem me faz parar a não ser, a vontade de te encontrar.
O motivo eu já nem sei, nem que seja só para estar ao seu lado, só pra ler no seu rosto uma mensagem de amor.


Leo Jaime.


GD.

12 de março de 2012

Abra o coração.


Abrir o coração. Todos nós deveríamos fazer isso, por mais difícil que seja. Pois só quem já o fez entende a sensação de liberdade que bate dentro do peito. A vontade de sair correndo de braços abertos e se jogar completamente ao mundo.

Quando abrimos o coração nos tornamos pessoas melhores, não só ao mundo, mas a nós mesmos. Tudo fica mais bonito. As pessoas ficam mais bonitas, menos chatas, temos vontade de rir de tudo, sorrir para tudo, todos e não importamos com as pequenas coisas que antes nos faziam mal.

Ao abrir o coração nós ficamos mais bonitos. Brilhamos tanto que a inveja seca, vai embora. E sabe porque? Por que nós estamos tão bem com nós mesmos, com tudo o que está acontecendo ao nosso redor que o que vemos é o que realmente importa, as coisas ruins passam despercebidas.

Nos sentimos tão bem quando abrimos o nosso coração que por mais que as outras pessoas se contorçam por dentro ao ver a nossa felicidade, elas se remoem de vontade de brilhar com a gente.

É ao abrir o nosso coração, esquecer o que fez mal, que as coisas boas acontecem. Que conhecemos pessoas, que nos descobrimos melhores do que sempre fomos, ficamos mais confiantes e encontramos pessoas que desejam sempre a nossa presença, pois nós podemos e temos quando abrimos o nosso coração, a capacidade de fazer o outro feliz.  

Abra o seu coração. 

GD. 

5 de março de 2012

O que eu não sei o que é.


Penso que se a saudade existe é para que ela seja realmente sentida. É o que eu acho. Mas como sentir saudade de quem a gente não “conhece”? Eu não entendo. Será a maneira de pensar? Será o gosto para tudo? Será a maneira de conversar? Será o jeito de fazer sorrir quem está de cá? Ou será a minha idealização da pessoa que faz com que essa saudade, se é que isso é saudade, aconteça?

Acontecem tantas coisas estranhas por aqui, algumas tenho vontade de dividi-las, mas será que esse alguém pensa assim também? Será que se importa? Será que ele sente esse negócio que eu não sei se posso chamar de saudade? Será que tenho a minha maneira de fazer esse alguém sorrir? Ou será que a minha cabeça é tão flutuante a ponto de achar que tudo o que eu escrevi anteriormente não passar de uma mera bobagem?

O não saber é complicado, mas já me contradizendo, o que sei é que tudo isso pode ser cena desse coração vulcânico que já quis ser rifado. Quem sabe valha a pena.


GD.

29 de fevereiro de 2012

Rifa-se um coração.

Rifa-se um coração quase novo. Um coração idealista. Um coração como poucos. Um coração à moda antiga. Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário. 

 

Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos, e cultivar ilusões. Um pouco inconsequente que nunca desiste de acreditar nas pessoas. Um leviano e precipitado coração que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu “não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu espero…”. Um idealista. Um verdadeiro sonhador.

 

Rifa-se um coração que nunca aprende. Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural. Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras. 

 

Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, briga, se expõe. Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões. Sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos. Este coração tantas vezes incompreendido. Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo. 

 

Rifa-se este desequilibrado emocional que, abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto. Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes. Um órgão abestado indicado apenas para quem quer viver intensamente e, contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções. 

 

Rifa-se um coração tão inocente que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário. Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas: "O Senhor poder conferir, eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer". 

 

Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo. Um órgão mais fiel ao seu usuário. Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga. Um coração que não seja tão inconsequente. 

 

Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado. Um verdadeiro caçador de aventuras que, ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo. Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree. Um simples coração humano. Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado. Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado, faz questão de não se modernizar, mas vez por outra, constrange o corpo que o domina. Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e, a ter a petulância de se aventurar como poeta. 

 

Clarisse Lispector.

 

GD.

25 de janeiro de 2012

Só para constar.


Céu azul, um pouco de vento. Não recordava a última vez que havia visto tantos pinheiros a minha volta. Aquele cheirinho bom de liberdade.  Sai correndo de casa encabulada e resmungando o fato das pessoas precisarem de um pouco mais de carinho e gostarem mais umas das outras. Parei na calçada de cabeça baixa.

Alguns segundos esperando minha cabeça criar coragem para levantar, se já não soubesse da sua existência teria ficado surpresa com a sua aproximação, mas não. Suspirei.  Calça jeans, camiseta branca, camisa xadrez azul e branca, pulseirinha de couro larga. Senti a sua mão no meu queixo e levantando o meu rosto. Não precisei fazer esforço. Conforme minha cabeça se erguia pude observar a pele branca como nunca, depois a bochecha um pouco rosada por causa do vento. Cheirava bem, cheirava paz.

De um jeito torto olhei no fundo dos seus olhos e com calma sua mão jogou uma mecha do meu cabelo para trás do ombro, deslizou sua mão no meu cabelo como se quisesse afirmar sua presença. Senti a minha perna um pouco bamba. Me senti tão pequena, tão forte. Um puxão, um beijo na testa e um beijo bom para terminar. Ele estava ali, tão perto, tão bom. Senti o vento bater.

Acordei.

Dedicado ao meu sonho da noite passada. Para constar nos meus registros. VS.

GD.

19 de janeiro de 2012

Aceite.


Tenho algumas perguntas para fazer. Qual o objetivo de falar tanto em Deus em suas redes sociais, dizer que acredita tanto nele, parecer tão religioso, postar coisas lindas sobre ele se você não faz, na prática, um terço das coisas que você fala? E outra, fazer do tipo sou uma pessoa íntegra, correta, séria e respeitosa se por dentro, na realidade, você não está valendo nada?  

Posso dizer que sim, nos enganamos cada vez mais com as pessoas. Mas isso tem um por que, estamos cada vez mais carentes, carentes de atitudes mais humanas, de respeito, de carinho, de amor, digo amor verdadeiro, não aquele que você diz como estivesse dizendo “bom dia” (o que anda difícil de acontecer também). 

Ninguém está valendo mais nada, veja bem, não estou generalizando, mas não nos respeitamos mais, não nos damos o devido valor e desta maneira criamos um ciclo: os homens criam as vagabundas, e as mulheres os cafagestes. Pesado não é? Mas é a triste realidade. Aceite.

Encaro essa situação como um caso um tanto quanto perdido, a não ser por pessoas que gastam um pouco do seu tempo, se olham no espelho e dizem: eu ainda valho alguma coisa.


GD.

12 de janeiro de 2012

Você deve ler.


Querida Karen,
 Se está lendo isso é porque eu realmente tive coragem de enviar. Então, bom para mim! Você não me conhece muito bem, mas se deixar, verá que tenho tendência a falar que tenho dificuldade para escrever, mas isso... isso é a coisa mais difícil que já tive que escrever. Não há maneira fácil de dizer, então vou falar logo.
Conheci uma pessoa. Foi um acidente. Eu não estava à procura e não estava preparado.
Foi uma tempestade perfeita. Ela falou algo, eu também. Quando vi, queria passar o resto da minha vida nessa conversa. Agora estou com a intuição de que ela pode ser a mulher certa.
Ela é totalmente louca, de um jeito que me faz sorrir, altamente neurótica. Uma grande dose de manutenção necessária.
Ela é você, Karen. Essa é a boa notícia.
A má é que não sei como ficar com você nesse momento. E isso assusta pra caralho. Porque se não ficar com você agora, sinto que nos perderemos. O mundo é grande, mal, cheio de reviravoltas. As pessoas costumam piscar e perder um momento. O momento que poderia mudar tudo. Não sei o que está acontecendo entre nós, e não posso dizer por que você deveria gastar um pouco de fé em alguém como eu.
Mas como seu cheiro é bom, como o lar! E faz um ótimo café, isso tem que valer alguma coisa.
Me liga...
Infielmente seu,
Hank Moody.




Carta que li em um blog que adoro muito.  Aqui.


GD.